Projeto vai incentivar reciclagem de entulhos da construção civil
2005-07-06
O Centro de Tecnologia Mineral do Ministério da Ciência e Tecnologia (Cetem) está incentivando um projeto inédito no país, denominado Reciclagem da Fração Mineral de Entulho de Construção e Demolição que visa a combater a poluição ambiental e reduzir os custos da habitação popular.
De acordo com o Cetem, o Brasil produz a cada ano 68,5 milhões de toneladas de entulhos e somente 5% são recuperados, segundo o coordenador do projeto Salvador Almeida. Uma parcela expressiva do entulho gerado é jogada ilegalmente em áreas públicas, principalmente nas grandes metrópoles, provocando problemas ambientais nas cidades, entre o assessoramento de rios, entupimentos de bueiros e degradação de áreas urbanas. Almeida informa que, até o final deste mês, deve ser concluída a fase de contratação de bolsistas. Com prazo de dois anos para execução, o programa terá como piloto a Usina de Reciclagem de Macaé, no noroeste fluminense. O município produz 80 toneladas diárias de resíduos de demolição e construção civil, devido à crescente urbanização provocada pelo desenvolvimento da atividade petrolífera. Serão co-parceiros do projeto os Departamentos de Engenharia Civil das Universidades de São Paulo (USP) e Federal de Alagoas.
De acordo com o coordenador do projeto, a Lei 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) estabelece que se deve separar fração mineral do entulho resultante de demolição e reciclar. – A idéia é que nas grandes metrópoles, principalmente onde há deficiência de areia e brita devido a problemas ambientais decorrentes de demolições e das pedreiras, você tenha uma alternativa – disse ele. Isso significa que do entulho serão criados dois produtos: brita e areia. Existem algumas plantas para o beneficiamento ou reciclagem de entulho no país, localizadas nas cidades de São Paulo, Piracicaba (SP), Belo Horizonte e Londrina (PR), mas o funcionamento ainda é muito rudimentar, apresentando bastante perda.
O projeto do Cetem vai receber aporte da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Caixa Econômica Federal no montante de R$ 360 mil e terá aplicação em todo o Brasil. Permitirá também obter produtos de melhor qualidade, com barateamento dos custos da habitação popular e obras públicas e reflexos positivos na preservação ambiental. (GM, 06/07)