Barra Grande: A Eutanásia autorizada
2005-07-06
Por Káthia Vasconcellos*
Foi assinada na manhã de ontem (5/7) a sentença de morte de mais de 5.000 hectares de floresta com araucária. Ao contrário das outras sentenças de morte esta não foi devidamente debatida com a sociedade brasileira. Mais que uma vida, perde-se milhares delas e põe-se em risco a segurança e o bem estar de incontáveis seres humanos.
O Presidente do IBAMA, Marcos Barros, e a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva sabem o que significa a perda de biodiversidade e de terras agrícolas. Sabem das alterações de clima local e regional e das emissões de gases de efeito estufa que um lago de artificial emite. Sabem dos impactos aos recursos hídricos. Eles sabem o que fazem! Com todo o conhecimento existente, a Ministra Marina Silvia autorizou a morte de florestas e de fauna para que seja enchido o lago da usina hidrelétrica de Barra Grande.
Neste momento a Votorantim, Camargo Correa, Bradesco e a multinacional ALCOA - empresas que formam a BAESA - aplicam a injeção letal fechando as comportas da barragem.
Será uma morte lenta ....mas ao contrário da americana que estava com morte cerebral a morte da floresta na esplendor da vida não será acompanhada pela televisão e os protestos serão dos poucos que sabem do crime que trará perdas irreparáveis ao Brasil.
Káthia é coordenadora-executiva do Núcleo Amigos da Terra Brasil