Movimentos planejam acampamento às margens de Barra Grande
2005-07-06
Por Carlos Matsubara
Ativistas de movimentos sociais e ecológicos pretendem montar dois acampamentos junto às barragens da Usina Hidrelétrica de Barra Grande na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.
A chegada do pessoal está prevista para o próximo final de semana, mas alguns estudantes contrários ao empreendimento, ligados a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), já estão por lá organizando as ações e os protestos. — A mobilização já começou e não tem data para terminar, informa o ambientalista Cristiano Hickel, da ONG gaúcha Bicicletada.
A iniciativa dos acampamentos partiu do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que reuniu 1300 famílias atingidas pela obra na última assembléia, na primeira quinzena de junho. Eles alegam que os acordos firmados anteriormente com o consórcio Baesa, responsável pelo empreendimento, não foram cumpridos.
Este é o principal objetivo do evento que ganhou apoio de entidades ambientalistas, estudantes de diversas áreas e instituições. — Essa luta não é apenas do MAB, mas de toda a sociedade que foi literalmente passada para trás-, ressalta Hickel. O MAB também informa que manterá a mobilização na região até que se cumpram os acordos firmados.
Ontem (5/7), o Ibama concedeu a Licença de Operação (LO) para a obra, segundo informações da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA).
Conforme o MAB, cerca de 1 milhão de brasileiros já foram expulsos de suas terras por causa da construção de hidrelétricas e reservatórios de água em todo o país.