O presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, afastou no domingo (3/7) qualquer possibilidade de aceitar limites nas emissões de dióxido de carbono como os estabelecidos no Protocolo de Kyoto sobre a mudança climática na cúpula do G-8, que se inicia quarta-feira, na Escócia. - O protocolo teria arruinado nossa economia, disse Bush.

Segundo ele, a mudança climática é um tema importante que terá de enfrentar a longo prazo. Insistiu, porém, que a resposta não pode ser os limites fixados multilateralmente. Bush destacou que pretende debater com seus colegas tecnologias que permitam reduzir as mudanças climáticas sem que empresas e pessoas sejam forçadas a reduzir seus gastos com energia. Rejeitou ainda as críticas de ONGs que consideram insuficiente a decisão dele dobrar a ajuda dos EUA para o desenvolvimento das nações mais pobres do planeta até 2010. Os EUA destinam atualmente 0,2% de seu PIB a ajuda ao desenvolvimento.

O duro posicionamento americano contradiz o otimismo dos dirigentes russo, Vladimir Putin; francês, Jacques Chirac; e alemão, Gerhard Schroeder; que se declararam confiantes na possibilidade de se chegar a um acordo sobre a mudança climática, em encontro realizando ontem em Kaliningrad, na Rússia. - Tivemos discussões difíceis, mas parece que estamos nos orientando na direção de um acordo - disse Chirac ao final da reunião. Nenhuma informação filtrou sobre as discussões relativas ao Irã, em um contexto de preocupação internacional provocada pela eleição à Presidência da República Islâmica do ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad. (CP, 04/07)