Governo espanhol decide hoje sobre a transposição do Tejo-Segura
2005-07-01
O Conselho de Ministros espanhóis estuda nesta sexta-feira (1º/7) a quantidade de água possível para a transposição desde a cabeceira do Rio Tejo até a bacia de Segura, uma decisão que habitualmente corresponde a uma comissão de menor status, mas que passou direto à competência do Poder Executivo devido à situação excepcional de seca por que passa a Espanha. No último dia 23, a Comissão de Exploração do aqüeduto Tejo-Segura, encarregada de decidir as quantidades a transpor em circunstâncias normais, constatou que os níveis de água entre Entrepeñas e Buendía encontram-se em condições hidrológicas excepcionais.
A lei que regula a transposição impede de enviar água desde a cabeceira do Tejo se as reservas baixam de 240 hectômetros cúbicos e estabelece que, se estão abaixo de 554 hectômetros cúbicos em 1 de julho, a transposição do trimestre de verão – o último do ano hidrológico – será decidido pelo Conselho de Ministros. Segundo dados do último dia 27, as reservas hídricas são de 521 hectômetros cúbicos, quer dizer, de 21% da capacidade do rio.
A quantidade de transposição a ser aprovada pelo governo vem sendo objeto de intensa polêmica entre diversos setores políticos, econômicos y sociais de Castilla-La Mancha, como comunidade cedente, e Murcia, Alicante e Almería como zonas receptoras. Assim, para o governo de Castilla-La Mancha, somente seria aceitável uma transposição entre 30 e 35 hectômetros cúbicos e exclusivamente para abastecimento humano, não para irrigação. Em troca, o governo murciano respalda a petição do Sindicato Central de Irrigadores de 120 hectômetros como quantidade indispensável para evitar a perda da arborização e para não paralisar a atividade agrícola. A Confederação de Empresários de Alicante elevou a proposta para 156 hectômetros, 36 dos quais para consumo humano.
O governo não revelou a quantidade que finalmente vai autorizar hoje (1º/7), mas a ministra do Meio Ambiente, Cristina Narbona, apontou que o Conselho de Ministros conhecerá todas as informações que exitem e terá a capacidade e a responsabilidade de decidir quanta água será trasvasada. (El Mundo, 1º/7)