Secretário de Campo Mourão é processado por crime ambiental
2005-07-01
Uma equipe da Força Verde da Polícia Florestal prendeu em flagrante na última quinta-feira o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Campo Mourão, Neuri José Dal Molin, por crime ambiental. Policiais receberam uma denúncia anônima de que o secretário estaria danificando uma área de preservação permanente de sua propriedade com o lançamento de animais mortos no leito do Rio Cachoeira, na Região Centro-Oeste do estado. Não havia animais no rio, mas foram encontradas várias irregularidades na propriedade.
Segundo o depoimento do policial que fez a prisão quando o secretário voltava do almoço, Dal Molin usava irregularmente uma área de preservação permanente com a manutenção de uma residência e utilizava uma área de um hectare da mata ciliar para a criação de peixes em açudes. Ao todo são sete tanques, mas, segundo Dal Molin, apenas três estão com uma parte dentro da área de preservação ambiental.
Além das infrações, os policiais notaram a falta da licença de operação para a criação de porcos na propriedade. “A licença prévia venceu em 2002 e não fiz a definitiva”, diz Dal Molin, que recebeu multa de R$ 9 mil pela falta do documento.
O secretário foi autuado, teve as atividades da propriedade embargadas, acabou preso, mas pagou fiança de R$ 150 e vai responder o processo em liberdade. Em seu depoimento, Dal Molin confessou que tinha conhecimento sobre o uso irregular da área de preservação permanente, mas acredita que houve exagero na fiscalização. - Quando comprei a propriedade já havia casa e tanque - disse.
De acordo com a lei, é crime contra a flora destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção. A pena é de detenção de um a três anos, ou multa. Todas as informações sobre a prisão do secretário estavam sendo abafadas. Na delegacia, investigadores sonegavam informações sobre o caso. - Escreve isso, mas não cita quem disse - pediu um deles. (Gazeta do Povo, 29/06)