(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-07-01
Por Carlos Matsubara
Se por um lado, Dilma Rousseff, aos 57 anos de idade, cultivou a fama de dama de ferro, especialmente por negociar a reestruturação do setor elétrico, por outro colecionou desapontamentos no meio ambientalista.

Tida como competente nos meios acadêmicos e políticos, a ex-ministra foi incansável como defensora de um modelo de geração energética que causa calafrios nos ambientalistas, as grandes hidrelétricas.

Não fora somente a sua escolha, mas também pela competência elogiada por uns ao exigir rapidez e agilidade nos processos de licenciamento, e por outros, meramente atropelo das causas ecológicas em favorecimento aos mega - empreendimentos. Um caso típico que marcará para sempre sua estadia à frente do ministério é o da já famosa Usina Hidrelétrica de Barra Grande, na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.

Confirmada na Casa Civil pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela preocupa os ambientalistas. O argumento principal é de como ministra ela teria priorizado em sua política energética a construção de diversas hidrelétricas.

— De fato, não tivemos uma experiência muito boa com ela no Ministério de Minas e Energia, principalmente com relação ao caso da Usina Hidrelétrica de Barra Grande-, destaca Miriam Prochnow, coordenadora -geral da Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA).

A ex-ministra, inclusive foi uma das agraciadas com o Prêmio Motosserra concedida pela RMA, durante a Semana da Mata Atlântica, em maio deste ano. — Desejamos que sua postura na Casa Civil promova a integração entre os ministérios e leve em consideração a transversalidade das questões ambientais. Temos esperança que a sua postura seja diferente-, acrescenta.

A RMA atua principalmente no terreno político, oferecendo intercâmbio de informações relativas à Mata Atlântica e sua conservação.
Para o Greenpeace, a ministra representou um retrocesso. — O Brasil, que já foi uma das maiores lideranças dos países em desenvolvimento durante a Rio+10 no que diz respeito a clima e energias renováveis, renunciou a essa posição, deixando de conquistar financiamentos para a implementação de alternativas sustentáveis-, diz Marcelo Furtado, coordenador de políticas para a América Latina do Greenpeace.

Furtado se refere ao discurso de Dilma durante a Conferência de Energias Renováveis que aconteceu na Alemanha no ano passado, quando ela teria apresentado de fato, qual seria a prioridade em seu então ministério. Ali, prossegue o ambientalista, — ela deixou bem claro que considera as energias renováveis como meras coadjuvantes na matriz energética brasileira-.

Na ocasião, Dilma, provavelmente sem se dar conta utilizou as mesmas razões de George W. Bush ao esnobar o Protocolo de kyoto: — O Brasil e os países em desenvolvimento estariam comprometendo suas economias se aceitassem a exclusão das hidrelétricas das fontes de energia renovável-, disse.

Conforme a ONG, durante toda sua estada na Alemanha, Dilma fez — gestos para o mundo retroceder à década de 70, quando as grandes hidrelétricas eram apresentadas como a melhor solução para o suprimento global de energia mesmo causando graves danos sociais e ambientais-.

— A então ministra, com sua posição retrógrada em favor das grandes barragens, pode jogar por terra todo o esforço mundial pró-renováveis e abrir espaço para aqueles países, como por exemplo os produtores de petróleo, que não querem ver mudanças significativas acontecer-, afirma ele.

— Quando falamos de renováveis, estamos nos referindo desde a energia eólica do Ceará e a solar da Bahia, até a casca de arroz do Rio Grande do Sul, a cana-de-açúcar de São Paulo e o biodiesel de mamona de Minas Gerais, de acordo com a vocação específica de cada Estado para gerar sua eletricidade, diz o Greenpeace em seu site.

O Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) criado em 1990 também não poupa críticas a atuação dela a frente do Ministério. Chegaram a enviar uma carta -documento à ministra, na qual pediam que seu ministério seguisse — diretrizes de transparência e controle social definidos pelo presidente Lula-.

— Constatamos que ela dialogou prioritariamente com a indústria, com vistas ao estabelecimento de um novo modelo e com as instituições que deram consultoria para estabelecer as tarifas do setor-, destaca a coordenação do Fórum.

De uma coisa, porém, ninguém vai poder acusá-la. Dilma mão-de-ferro Rousseff é firme nas negociações e nunca demonstrou inclinação para acordos políticos e concessões de qualquer espécie.

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -