Mamona depende de pesquisa no RS
2005-07-04
Uma das principais matérias-primas para a produção de biodiesel, com rendimento superior a 50% em óleo, a mamona integra o grupo de cinco oleaginosas indicadas em junho para o Estado pelo Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Consepa) na Reunião Técnica em Biodiesel, em Goiás, juntamente com girassol, canola, amendoim e soja. A adoção dessa cultura pelo produtor esbarra, porém, na incipiência da pesquisa, com pouco mais de dois anos no Rio Grande do Sul. - Precisamos formar uma massa crítica de pesquisadores e extensionistas e fechar o conjunto de informações que nos dê credibilidade para fazermos indicações técnicas necessárias para que o produtor saiba como cultivar mamona - explica o coordenador do programa de Pesquisas em Recursos Genéticos e Melhoramento de Grãos da Fepagro, Nídio Barni.
Em conjunto com a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, cooperativas e universidades, a fundação desenvolve o Programa Integrado de Pesquisa da Mamona no RS. - Estamos nos articulando para, em cima disso, buscarmos recursos para pesquisas. Para tanto, ressalta, há necessidade mínima de R$ 200 mil em estudos que vão apontar tipos de solos, regiões e cultivares adequados ao agroclima gaúchos, bem como o período ideal de plantio e colheita.
Conforme o coordenador do grupo gestor de Pesquisas com Mamona da Embrapa Pelotas, Sérgio Silva, avalia-se o comportamento agronômico de 13 cultivares nas estações agrometeorológicas de Piratini, Ibarama, Rio Pardo e Pelotas. - Todas têm rendimento de 2,5 mil quilos por hectare e algumas podem ter recomendação oficial em março de 2006. Já para a definição de zoneamento agroclimático, acrescenta, os testes deveriam ser implantados em pelo menos oito das 13 estações espalhadas pelo Estado. Barni lembra que os resultados da pesquisa é que vão mostrar ou não a viabilidade técnica e econômica do cultivo da mamona e dar sustentação ao produtor junto aos agentes financeiros. Semana passada, o autor de projeto de incentivo ao biodiesel na Assembléia, Giovani Cherini (PDT), questionou a não-inclusão do RS na área de zoneamento para financiar a lavoura. Segundo o coordenador do Programa de Biodiesel do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Arnoldo de Campos, em 2006 o plantio de oleaginosas terá R$ 100 milhões em crédito do Pronaf. O coordenador do Selo do Combustível Social do Programa de Biodiesel do MDA, Roberto Terra, reforça que só agrônomos com capacitação técnica podem assinar o laudo do banco atestando que a variedade recomendada para plantio tem determinada produtividade que credencia o financiamento via Pronaf. (CP, 03/07)