(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2005-07-04
Cerca de 3 mil trabalhadores, empresários e representantes de entidades ligadas ao setor florestal de Goianésia, Tucuruí, Breu Branco, Jacundá, Tailândia e Novo Repartimento, bloqueiam com tratores e caminhões, desde às 7 horas do dia 29 de junho, um trecho da Rodovia PA-150, em Goianésia, próximo ao trevo de Tucuruí, no sul do Pará. Os manifestantes reivindicam o funcionamento de pelo menos 30% dos serviços essenciais do Ibama da região, em greve há um mês e, conseqüentemente, a emissão de ATPFs - Autorização de Transporte de Produtos Florestais - suspensa desde o início da paralisação dos servidores.

No início da manhã, por volta das 8h30, o engarrafamento na rodovia já chegava a cerca de 10 quilômetros. Só a passagem de carros da Polícia e de ambulâncias estava sendo permitida. Um promotor de Goianésia tentou furar o bloqueio, mas foi impedido pelos manifestantes. O protesto também tem o apoio das prefeituras e dos comerciantes da região.

Sem as ATPF’s, exigidas para a circulação da madeira dentro e fora do Estado, as empresas madeireiras enfrentam uma grave crise, que compromete a safra de 2005. A Associação das Industrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará - Aimex, alerta que o setor, o segundo na pauta de exportação do Estado, corre o risco de perder todo o estoque por falta de local para armazenamento.

Segundo estimativas da Uniflor, cerca de 300 empresas estão sendo prejudicadas e já amargam prejuízos da ordem de 45 milhões de reais. Os dados da União mostram que, só no sul do Pará, o setor florestal emprega, hoje, 15 mil pessoas.

Fernando Ribeiro, secretário executivo da União das Entidades Florestais do Pará (Uniflor) e um dos organizadores da manifestação, diz que o bloqueio vai continuar por tempo indeterminado, até que se cumpram as exigências do setor. - O movimento não é contra a greve, nós só queremos conseguir junto ao Ibama a manutenção dos serviços essenciais previstos por lei - explica Ribeiro. - Sem ATPFs, as empresas não têm como faturar e, sem dinheiro, não há como pagar seus compromissos. Conseqüentemente, os trabalhadores acabam sendo prejudicados também.

OUTRO BLOQUEIO - Os manifestantes bloquearam, além da Rodovia PA-150, a PA-260. Na tarde de ontem, Cláudio Haydemar, chefe do escritório do Ibama de Tucurí, entrou em contato com o comando do protesto para negociar o fim do bloqueio, prometendo o retorno das atividades na próxima segunda-feira, dia 04. Os manifestantes decidiram que irão permanecer com o bloqueio até que o Ibama posicione-se oficialmente através de um documento.

Crise provoca a demissões
Em meio à demissão em massa de trabalhadores no interior do Estado, a greve do Ibama, paralisia nas ações governamentais e atraso na deliberação dos planos de manejo, o setor produtivo de base florestal enfrenta uma das maiores crises dos últimos tempos. De mãos atadas e sem ter a quem recorrer, várias empresas já encerraram suas atividades desde o início do ano. A Associação das Industrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará - Aimex, alerta que o setor, o segundo na pauta de exportação do Estado, corre o risco de perder toda a Safra 2005.

A atual crise se deve, principalmente, à falta de assistencialismo governamental, explica Justiniano Netto, diretor executivo da Aimex. Segundo ele, além do atraso do Incra em fazer a demarcação das terras para manejo, este já é o terceiro ano consecutivo que o Ibama paralisa suas atividades no período em que, coincidentemente, se dá início a Safra. Em greve, o Instituto não está emitindo um dos documentos mais importantes para o setor, as ATPFs, indispensáveis para transportar a madeira dentro e fora do Estado. A conseqüência é a paralisação das atividades das empresas que, sem ter onde armazenar a produção e impedidas de exportar, enfrentam uma crise que ocasiona perdas irreparáveis, além do desemprego em massa.

Os efeitos já começam a ser sentidos. Dados fornecidos pelo Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Madeireiras de Novo Progresso, Paragominas, Breu Branco, Altamira, Tailândia, Tomé-Açu, Goianésia, Jacundá e Nova Ipixuna registraram, no decorrer deste semestre, 6.377 demissões e calculam que os números devem triplicar nos próximos seis meses. A Aimex afirma que desde a primeira crise do ano, a situação atual era previsível. BOLA DE NEVE - Em dezembro de 2004, o Incra emitiu portaria determinando que os projetos de planos de manejo fossem entregues, pelas empresas, até o dia 31 de janeiro, exigindo que, em áreas superiores a 400 hectares (a maioria dos casos), os mapas de georeferenciamento fossem feitos com GPS Geodésico, um equipamento caro e cujo uso ainda não era dominado pelos engenheiros florestais. Existia, ainda, o problema das chuvas que dificultavam o trabalho de campo. Antes mesmo do fim do prazo determinado pelo Incra, o Ibama se antecipou e passou a suspender os projetos. Com a falta de matéria-prima, os madeireiros tiveram que iniciar a demissão de centenas de trabalhadores. Mediante esta crise do início do ano, representantes do setor, Ibama, Incra, Ministério do Meio Ambiente e Ministério do Desenvolvimento Agrário se reuniram em fevereiro, em Brasília, para definir medidas que viabilizassem o suprimento de madeira de fontes legais em 2005. Entre as medidas constava o Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas; a constituição de um termo de compromisso que possibilitasse a continuidade do processo de autorização de exploração nos planos de manejo florestal no Estado; além de um acordo entre Ibama e Incra para iniciar os trabalhos com o setor florestal e as lideranças das associações de assentados para permitir a viabilização de projetos de manejo florestal na reserva legal e o aproveitamento de matéria-prima oriunda das terras autorizadas.

Segundo Justiniano Netto, até agora, nenhuma dessas resoluções foram postas em prática. - Tudo o que foi decidido na reunião não saiu do papel, dificultando as ações dos madeireiros que querem trabalhar na legalidade. Não temos a quem apelar, e o governo que deveria ser nosso principal aliado, se encontra numa situação muito complicada, diante das freqüentes denúncias de corrupção, que afetam diretamente a economia do país – afirma. (Amazônia.org.br, 01/07)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -