Lideranças de Brochier participam de audiência na Fepam
2005-07-04
Na quarta-feira (29/06), uma comitiva formada por lideranças da região participou de uma audiência com o diretor técnico da Federação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente, Mauro Moura, e com o diretor da Divisão de Poluição Ambiental, Renato das Chagas e Silva, em Porto Alegre. O encontro foi marcado com o objetivo de buscar alternativas referentes à localização dos fornos de carvão.
Segundo o presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Agricultura (Consema), João Roque da Rosa, a reunião foi marcada principalmente para rever a questão da Portaria 03/95 da então Secretaria da Saúde e Meio Ambiente (SSMA). O texto determina que a localização dos fornos de carvão deveria ser de 500 metros de residências e vias públicas. - Naquela época, o Estado fazia o licenciamento e a fiscalização dos fornos e, numa dessas fiscalizações, queria fechar mais de 80% dos fornos do município, por estarem em locais impróprios - explica o prefeito municipal de Brochier Valmor Griebeler. Ele destaca que, através da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Fepam, Famurs, Amvarc, Ministério Público e Associação Estadual dos Silvicultores foi feito um acordo em 1996, através de uma Resolução, para que a localização dos fornos fosse de 100 metros.
Segundo João Roque, esse acordo era válido por três anos, ou seja, até 1999. Porém, não foi prorrogado. - A nossa intenção é renovar a resolução. Estamos muito preocupados com as pequenas propriedades, devido à falta de espaço para obedecer as determinações legais, principalmente as referentes à localização dos fornos - destaca.
Comitiva voltou da capital gaúcha bastante otimista
A comitiva aproveitou a ocasião para falar sobre o Encontro sobre a retirada do carvão das cargas perigosas, ocorrido na última segunda-feira em Brochier, expondo as pesquisas realizadas na região. Entre os vários estudos, está um referente à captação da fumaça dos fornos de carvão, a qual foi realizada em 2001 pelo engenheiro agrônomo da Emater Fábio André da Encarnação. As lideranças explicaram que, através desse experimento, detectou-se que a fumaça dos fornos de carvão é uma fumaça pesada e que, quando os fornos estão a 100 metros ou 500 metros, das casas ou da via pública, o problema da poluição é o mesmo.
Porém, o projeto da captação da fumaça, mesmo se a resolução for renovada, ainda está nos planos da comitiva. É através dela que ocorre a extração do Extrato Pirolenhoso, que além de reduzir o impacto ambiental, também gera um aumento da qualidade e quantidade na produção do carvão vegetal. Nessa audiência, a comitiva foi instruída sobre a questão de os municípios, que têm a municipalização do Meio Ambiente, terem autonomia para fazerem uma lei municipal para regulamentar a situação dos fornos. (Jornal Ibiá, 01/07)