Nova lei dos combustíveis deve trazer mais lucro à Bolívia
2005-06-30
O presidente interino da Bolívia, Eduardo Rodríguez, assinou na noite de segunda-feira (27/6) três decretos sobre a participação do
Estado na exploração de combustíveis no país, conforme publicou a imprensa
local nesta terça-feira. Estes decretos complementam a lei dos combustíveis aprovada em maio pelo Congresso e que concede maiores direitos ao Estado sobre os recursos energéticos nacionais.
Em virtude das novas regulamentações, os lucros para a Bolívia aumentarão
em 106%, disse o ministro da Presidência, Iván Avilés.
O primeiro decreto determina o pagamento de royalties mais participações por
empresas multinacionais que operam no país. O pagamento deve ser adiantado e em dólares, todo dia 10 de cada mês.
A Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) enviará ao ministério
de Recursos Energéticos os preços e as quantidades comercializadas de gás.
O segundo decreto prevê que os ministros da Defesa, Governo e Recursos
Energéticos devem coordenar as tarefas e as ações para garantir o domínio do
Estado nas jazidas, fornecendo as condições de conservação e segurança
necessárias. Ao mesmo tempo, concede recurso à Controladoria para fazer auditorias para empresas multinacionais. Além disso, cria o Centro Nacional de Medição e Controle de Produção e Transporte.
O presidente Rodríguez determinou ainda que o Ministério da Fazenda deve ter recursos para que a YPFB possa fazer negócios na rede de combustíveis.
Por fim, o outro decreto regulamenta a cobrança e distribuição de 18% dos
royalties e participações, bem como dos 32% do novo Imposto Direto dos
Hidrocarbonetos (IDH). Este IDH garante recursos para os departamentos (províncias) produtoras e não produtoras no país.
Do total de IDH, 81,25% serão transferidos para os nove departamentos, os
produtores receberão 50% do total e os outros cinco ficarão com 31,25%.
Os 18,75% restantes dos impostos serão distribuídos em favor dos povos
indígenas e nativos, comunidade de camponeses, municípios, universidades,
forças armadas e polícia. Os 18% dos royalties, no entanto, vão para os departamentos de Tarija (sul), Santa Cruz (leste), Cochabamba (centro) e Chuquisaca (sudeste) que são produtores de gás natural e petróleo.
Por fim, haverá projetos específicos para educação, saúde, estradas,
desenvolvimento produtivo e tudo o que contribua para gerar empregos,
segundo o Governo. (AFP, 28/6)