Exército português cede 80 depósitos para abastecer população de água
2005-06-29
O Exército português vai disponibilizar 80 depósitos para o reforço do abastecimento de água às populações mais afetadas pela seca no Baixo Alentejo, sobretudo nos concelhos de Odemira e Mértola. O anúncio, feito na semana passada, já está com suas primeiras medidas em andamento.
Segundo Manuel Monge, governador de Beja, já foi acordado com a Região Militar Sul a disponibilização de meios do Exército para ajudar no fornecimento de água onde os furos e depósitos estejam secos. Numa primeira fase, se houver maiores problemas no abastecimento público de água, os meios do Exército vão servir apenas os conselhos de Mértola e Odemira. –São conselhos com uma área muito maior e núcleos populacionais mais dispersos do que os outros, frisa.
No início de julho será realizado pelo Exército e a Protecção Civil do distrito um teste dos meios a disponibilizar. O representante do governo no distrito de Beja falava no final de uma reunião de trabalho no âmbito da Comissão para a Seca 2005, que decorreu naquela cidade alentejana.
–O objetivo da reunião foi analisar e planear o que deve ser feito, para estarmos preparados para encarar a grave situação de seca que aí vem nos meses de verão, especialmente no que respeita ao abastecimento de água, justificou.
Manuel Monge defendeu a necessidade de se reforçar a sensibilização da população para a poupança de água, por verificar-se que não há ainda grande motivação para esse problema.
–Ainda se vê gente a gastar muita água e a regar jardins ou a lavar automóveis em plena hora do calor. Vamos ter de insistir na conscientização da população de que se aproximam medidas difíceis, assinalou.
A identificação das principais fontes de água para o reforço do abastecimento público, nas zonas próximas dos conselhos da Margem Esquerda do Guadiana e de Odemira – os mais afetados – foi outro dos pontos em debate. O último relatório do Programa de Acompanhamento dos Efeitos da Seca, divulgado no final da semana passada, mostra que a situação em Portugal Continental agravou-se na primeira quinzena deste mês, com 79% do território em seca extrema ou severa. (Ecosfera, 24/6)