Bid desenvolve novos instrumentos para orientar os investimentos florestais
2005-06-28
O BID desenvolveu um conjunto de instrumentos destinado a orientar os
investidores para oportunidades de negócios no setor florestal da América
Latina. O Índice de Atração do Investimento Florestal (IAIF) mede o clima de
negócios para investimentos em empreendimentos de exploração sustentável de
florestas em todos os países da América Latina e do Caribe. O índice
consiste em 20 indicadores principais, usando mais de 80 variáveis, e
apresenta o clima de negócios florestais em cada país designando-o com uma
pontuação única. Entre os indicadores estão estabilidade da taxa de câmbio,
risco político, abertura comercial, Estado de direito, licenças e
permissões, infra-estrutura socioeconômica, políticas agropecuárias,
restrições a plantio e colheita, reservas e fluxo de recursos florestais,
atividades favoráveis ou adversas, e o tamanho do mercado interno para
produtos florestais.
A primeira edição do IAIF usando dados de 2002 identificou Brasil, Chile,
Argentina, Uruguai e Costa Rica como os cinco países que ofereciam o melhor
clima de investimento em negócios florestais, enquanto no Haiti, Equador,
Guatemala, Belize e Paraguai os investidores enfrentavam os maiores desafios
para realizar a exploração econômica de florestas.
Além de ajudar investidores nacionais e estrangeiros em potencial a fazer
uma avaliação inicial, espera-se que o índice também aclare estratégias de
políticas, melhore o diálogo entre os interessados e aponte áreas para
pesquisa futura.
Como instrumento acessório, foi criado também o Processo de Melhoria do
Clima de Negócios para Investimento Florestal (Promecif), processo cíclico
de atividades que buscam o desenvolvimento, execução, monitoramento e
avaliação de ações que modificam os fatores que fazem com que um país atraia
investimentos diretos no setor florestal. Usa os resultados do IAIF para
avaliar detalhadamente políticas e operações em países específicos. Com a
ajuda técnica do BID na aplicação do processo, os países podem identificar e
executar estratégias e investimentos prioritários que os tornem mais
atraentes ao investimento florestal direto. A metodologia Promecif foi
aplicada à Nicarágua para servir como estudo de caso.
O manejo sustentável dos recursos florestais está intimamente ligado ao
êxito da exploração comercial das florestas, segundo José Rente Nascimento,
especialista sênior do BID em recursos naturais. — Para ser sustentável, a
exploração comercial das florestas precisa maximizar o retorno financeiro e
ao mesmo tempo satisfazer critérios de viabilidade social e ambiental - explicou ele. — Se não forem um bom negócio para o proprietários da terra e
os empresários associados, as florestas não serão administradas e muito
provavelmente serão convertidas para outros fins.
O BID está trabalhando para assegurar-se que o IAIF seja calculado
sistematicamente cada dois anos, para permitir que os diretamente
interessados possam acompanhar a evolução do desempenho de um país e o
impacto das intervenções destinadas a melhorar o clima de negócios para os
investimentos florestais sustentáveis. (Banco Interamericano de
Desenvolvimento, 26/06/2005)