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2005-06-27
O gás de aterros e lixos para a geração de energia, o chamado biogás, em troca de créditos de carbono poderá se utilizado também no Rio Grande do Sul. Por esse tipo de transação, nações que usem mais intensamente fontes renováveis de energia ganham créditos que podem ser vendidos a outros países que mantenham maior grau de emissão de gases poluentes.

A estimativa é de que, a partir da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, o mercado global de créditos de carbono atinja 10 bilhões de dólares nos próximos anos. Especialistas e o próprio Ministério de Minas e Energia apontam o Brasil com melhores opções nesse aspecto, levando-se em conta que cerca de 80% da eletricidade no país é proveniente de fontes renováveis.

O coordenador do Grupo de Energia da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), Carlos Faria, não tem dúvida de que o mercado de emissão de créditos poderá se transformar em uma atividade rentável e, ao mesmo tempo, estimular a preservação do meio ambiente. Ele destaca, entretanto, que não adianta o empresário gaúcho tão somente buscar os créditos se suas indústrias não têm nenhum compromisso com o uso correto dos insumos utilizados no processo produtivo. Para ele, as empresas devem reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa. - Os empresários começam a dar mais atenção a esse mercado e, se o trabalho tiver solidez e compromisso ambiental, poderá gerar dividendos para as indústrias - salienta. Mas não são apenas os empresários que estão atentos a este mercado. O governo gaúcho confirma que pretende intensificar os estudos sobre o uso do biogás para se credenciar a receber os créditos de carbono.

Segundo o secretário estadual de Energia, Minas e Comunicação, Valdir Andres, esse interesse se deve sobretudo ao potencial do mercado e ao início da vigência do Protocolo de Kyoto, acordo internacional para redução do efeito estufa. O governo já analisa alguns projetos. - Estamos procurando assinar protocolos com alguns institutos do exterior para que possamos trazer ao RS a experiência de outros países que estão utilizando o biogás e reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. A meta da secretaria é colocar em prática até o final da atual gestão um projeto para avaliar os resultados e o potencial de mercado. Há projetos no setor público, bem como de indústrias, tramitando na secretaria. Andres destaca dois projetos da iniciativa privada que estão sendo avaliados, ambos voltados ao aproveitamento de dejetos de suínos, um no município de Santa Rosa e o outro em Cerro Largo. (CP, 27/06)

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