Usina no rio das Antas abastecerá 40 mil moradias
2005-06-27
Um grupo de 50 homens e máquinas está mudando a paisagem de Linha Fuzil, no Rio das Antas, divisa dos municípios de Flor do Sertão e Descanso, em Santa Catarina. Oito cooperativas se uniram para construir uma pequena central hidrelétrica no Oeste catarinense. Os investimentos serão superiores a R$ 40 milhões para gerar 16,5 MW, potência capaz de abastecer 40 mil residências. Nas próximas semanas, a força de trabalho subirá para 150 homens e a obra atingirá ritmo mais intenso. Isso permitirá que esteja concluída num prazo de 18 a 24 meses.
A pequena central hidrelétrica (PCH) recebeu todas as autorizações para ser instalada no Rio das Antas, que tem como afluente o rio Sargento e integra a bacia hidrográfica do rio Uruguai. O investimento é sustentado pela Coopercentral Aurora e também pela Cooperalfa (sediadas em Chapecó); Ceraçá (Saudades), Cooper A-1 (Palmitos), CooperItaipu (Pinhalzinho), Copérdia (Concórdia), Coopercampos (Campos Novos) e, ainda, a Cooperativa Auriverde (Cunha Porã). O conjunto barragem/usina terá capacidade máxima de geração de 16,5 MW, geração média de 9 MW e uma produção anual de 80 mil MWh.
A barragem, de concreto, terá 19 metros de altura, com crista de 245 metros de comprimento e lâmina de vertedouro de 185 metros. A área inundada que formará o lago atingirá 91 hectares, com 10,5 quilômetros de extensão, banhando as divisas territoriais de Flor do Sertão, Descanso, Romelândia e São Miguel do Oeste.
Os trabalhos concentram-se nas escavações, cortes e aterros. Até a conclusão da obra, serão movimentados 65 mil metros cúbicos de solo, 70 mil metros cúbicos de rocha e 130 mil metros de aterros. Praticamente nenhuma família precisará ser relocada, bem como aviários e criatórios de suínos. A área total do lago será de 194 hectares. Para proteção dos recursos naturais, será mantida uma área circundante de preservação com 169 hectares e área total a ser indenizada de 260 hectares. O coordenador do consórcio, José Samuel Thiesen, diz que o investimento é atrativo, pois há necessidade de energia no Oeste de Santa Catarina, e o retorno ocorrerá em médio prazo.(CP, 26/06)