Diversidade de térmitas em cultivos de eucalipto e fragmentos florestais na Estação Experimental de Ciências Florestais - ESALQ/USP, Anhembi, SP
2005-06-27
Resumo: Este trabalho objetivou descrever as comunidades de térmitas em sete ambientes florestais, que incluíram florestas de eucalipto de diferentes idades, um fragmento florestal, e ambientes em processo de sucessão inicial e avançada em Anhembi, SP. Por ambiente, foram identificados os grupos taxonômicos de térmitas, determinando a riqueza e a abundância relativa das espécies. Para tanto, em cada ambiente foi traçado um transecto de 100 m x 5 m, dividido em dez setores intercalados cada um com 15 m2. Por setor, foram realizadas amostragens em serrapilheira, raízes e restos de madeira, em toras, sob galhos e troncos, em ninhos e demais micro-habitats, além de dez blocos de solo (1.000 cm3) e através de isca Termitrap®. Os dados foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e análise faunística onde foram calculados, pelo programa ANAFAU, o índice de diversidade de Shannon-Wiaver (H), o índice de abundância e o índice de eqüitabilidade. A similaridade entre as comunidades foi avaliada através da análise de Cluster. Foram obtidas 1.196 amostras de térmitas, distribuídas entre as famílias Kalotermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae. A riqueza total foi de 17 espécies, variando de oito a treze por ambiente. Três morfo-espécies de Apicotermitinae, Heterotermes tenuis, Cornitermes sp., Diversitermes diversimiles e Embiratermes sp. apresentaram diferenças significativas quanto a abundância relativa entre os ambientes avaliados. As morfo-espécies de Apicotermitinae não tiveram sua riqueza e abundância reduzidas devido a implantação do eucalipto. Os calotermitídeos, Glyptotermes sp., Neotermes sp. e Rugitermes sp., mesmo com abundâncias relativas baixas, tiveram sua ocorrência vinculada a presença de madeira no solo. Os maiores índices de diversidade foram registrados para o fragmento florestal e o ambiente em processo de sucessão avançada, sugerindo que para os plantios de eucalipto o período mais crítico à redução da diversidade de térmitas seria o segundo ano da implantação da floresta.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP).
Autor: Luciane Kern Junqueira.
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