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2005-06-24
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta quinta-feira (23/06) que está comprovado que os alimentos geneticamente modificados comercializados atualmente são seguros. Mas ressaltou que isso não garante que os próximos que entrarem no mercado também serão.

O diretor de Segurança Alimentar da OMS, Jorgen Schlundt, afirmou que, por enquanto, não existem dados que sugerem que esse tipo de produto aumenta os riscos para a saúde, mas ressaltou que isso não significa que no futuro também sejam inofensivos.

Alguns dos genes utilizados na produção de alimentos geneticamente modificados nunca estiveram presentes na cadeia alimentar e muitos temem que sua introdução provoque mudanças na atual estrutura genética dos cultivos.

Por isso, Schlundt insistiu na importância de realizar uma avaliação permanente dos riscos potenciais desses produtos não só em termos de saúde, mas também sócio-econômicos e ambientais.

Os testes com os alimentos geneticamente modificados são realizados com animais, e através deles se pode prever a reação do ser humano, seguindo o mesmo processo utilizado para a análise dos aditivos químicos que são incorporados aos alimentos, segundo Schlundt.

O especialista apresentou um relatório da OMS sobre o impacto da biotecnologia nos alimentos, a saúde e o desenvolvimento humano, que afirma que os alimentos geneticamente modificados presentes no mercado internacional foram submetidos a testes de riscos e examinados com maior rigor que os alimentos normais.

Schlundt disse que há produtos que recebem químicas ou são submetidos a radiações e que são lançados no mercado sem maiores controles. — Todos os alimentos podem ter efeitos potenciais negativos porque nunca foram testados em populações grandes durante muitos anos antes de colocá-los no mercado - comentou.

O relatório da OMS afirma, no entanto, que muitos países em desenvolvimento não contam com recursos para aplicar um acompanhamento efetivo dos alimentos geneticamente modificados.

No mercado
O primeiro alimento geneticamente modificado foi introduzido no mercado em meados dos anos 90 e desde então são comercializados internacionalmente variedades de milho, soja e algodão.

Também começaram a ser vendidas variedades de mamão, batata, arroz, abóbora, beterraba e tomate, de modo que este tipo de cultivo já cobre 4% dos terrenos cultiváveis do mundo.

Segundo as análises da OMS, estes alimentos são capazes de aumentar a produtividade agrícola, a qualidade e a diversidade dos alimentos cultiváveis em uma região determinada, já que podem ser imunes a certas doenças.

No entanto, Schlundt disse que também é preciso avaliar as diferentes condições sociais e econômicas, pois os povos têm suas próprias tradições alimentares e visões diferentes do que a alimentação representa em cada sociedade. (Estadão.com.br, 23/06)

Faça o download do Estudo completo:

Em espanhol: http://www.who.int/entity/foodsafety/publications/biotech/biotech_sp.pdf
Em inglês: http://www.who.int/entity/foodsafety/publications/biotech/biotech_en.pdf

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