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2005-06-24
Mesmo com a pressão da Aracruz Celulose e da Polícia Militar, os Tupinikim e Guarani continuam na luta pela retomada de suas terras e já começam a morar na nova aldeia de Olho Dágua, no norte do Espírito Santo. Eles denunciam que helicópteros da empresa e da corporação estão sobrevoando baixo o local, tentando intimidar a comunidade. — Não vai adiantar, para nós o máximo que ela vai conseguir circulando a área nesta altura vai ser nos deixar tonto. Não estamos preocupados com o sobrevôo, o que não pode é pousar nessa área, ressaltou o cacique de Caieras Velha, Jaguareté. Segundo os índios, qualquer pessoa vinculada à Aracruz Celulose que entre nos 11.009 hectares de terras indígenas será considerada inimiga.

Os índios alegam que o helicóptero é branco e não possui identificação, apenas a placa PTVYY. Mas o Departamento de Aviação Civil de Vitória informou que não é possível revelar a quem pertence, sem uma reclamação formal da comunidade, e que a placa correta do helicóptero é PTVYV.

Com tudo, os índios continuam com a ocupação na área. Duas famílias das aldeias tupinikim de Irajá e Caieras Velha já estão morando na nova aldeia de Olho Dágua, onde mudas de árvores nativas, como o Pau Brasil, estão sendo plantados para recuperar a área. Cana e árvores frutíferas também já foram plantadas para subsidiar a população local.

Agora, os índios estão limpando a área e esperando que o barro das casas seque, para que o restante das famílias se mude para o local. Ainda irão para a aldeia famílias guaranis das aldeias de Boa Esperança, Piraqueaçu e Três Palmeiras. Esta é a primeira vez no Estado que duas etnias irão habitar a mesma aldeia.

Até o final de semana, as famílias deverão estar dando vida à primeira aldeia Tupinikim e Guarani do Estado, tida como símbolo da retomada das terras indígenas que estavam sob o poder da Aracruz Celulose de forma inconstitucional. Assim, a luta pela homologação das terras indígenas continua e nesta sexta-feira (23), a comunidade deve articular com uma procuradora da Justiça - que os índios não souberam informar o nome -, para definir uma audiência com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para cobrar dele uma posição. Ainda que a autodemarcação esteja feita, os índios não descansarão até que a portaria que permite o uso das terras à Aracruz Celulose seja revogada e que suas terras voltem a pertencer de fato ao povo Tupinikim e Guarani do Estado.

Esta será a primeira aldeia Tupinikin-Guarani sobre um território recentemente recuperado, da ordem de 11.009 hectares, todo ele coberto de eucaliptos. Apesar deste território não ter sido homologado como terra indígena, os índios têm a certeza de seus antepassados e ainda os estudos de quatro anos da Fundação Nacional do Índio (Funai), que comprovam serem as terras tradicionalmente indígena.

O processo de autodemarcação começou no dia 17 de maio e contou com o trabalho de 400 índios capixabas, mas a declaração de guerra à empresa foi divulgada cerca de um mês antes, após assembléia geral do povo indígena, cuja decisão já havia sido comunicada ao ministro da Justiça, e ao presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes. Os índios esperam do ministro que sejam revogadas as portarias assinadas pelo ex-ministro Íris Rezende (PMDB/GO), em 1998, permitindo à Aracruz o uso das terras indígenas. Íris cometeu ato arbitrário, pois contrariou estudo Funai, que reconhecia com terra indígena 18.070 hectares no Estado, mas foram demarcados apenas 7.061 hectares. Esta é a terceira vez na história do Espírito Santo que os índios têm que retomar suas terras com as próprias mãos. A nova aldeia será a oitava dos índios capixabas. (Século Diário, 23/6)

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