Fatma não cede à pressão de agricultores e mantém proibição de desmatamento em SC
2005-06-23
A primeira reunião da Câmara Técnica Florestal não agradou prefeitos e representantes dos agricultores da região, ontem, em Canoinhas, no Planalto Norte catarinense. A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) não autorizou cortes de vegetação, solicitado por produtores de fumo. De acordo com o gerente de licenciamento da fundação, João Tadeu Greboge de Almeida, uma portaria publicada no início deste mês pala Fatma estabeleceu a suspensão da emissão das autorizações de corte de vegetação em Santa Catarina pelo período de três meses.
A reunião contou com a presença dos prefeitos de Major Vieira, Orildo Severgnini (PMDB); de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti (PSDB); do vice-prefeito de Canoinhas e vice-presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Edmilson Werka (PSDB); do secretário de Agricultura de Canoinhas, Donato Noemberg; do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Edmar Padilha; engenheiros florestais e representantes da Fatma.
Segundo o prefeito de Major Vieira, os madeireiros e produtores rurais da região querem que a portaria seja revogada ou, pelo menos, amenizada, para não prejudicar a economia da região. O prefeito de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti, disse que os produtores precisam de lenha para secar o fumo e a erva-mate nas estufas.
Segundo o coordenador da Fatma do Planalto Norte, Régines Roeder, atualmente existem mais de 900 processos solicitando liberação de corte parados no escritório da Fatma, aguardando uma autorização. Mas adianta que, enquanto a legislação não for alterada, quase nada pode ser feito. - Precisamos mobilizar classe política, produtores e comunidade para pressionar o Conselho Nacional de Meio Ambiente a mudar os critérios para Santa Catarina - explicou. (A Notícia, 22/06)