Imac apreende 2 mil m³ de madeira
2005-06-23
Uma ação realizada no dia 21 pela operação Floresta Viva apreendeu dois mil metros cúbicos de madeira e resultou em multas de mais de R$ 1 milhão. A investigação realizada por diversos órgãos ambientais deteve ações ilegais das empresas madeireiras Minimad e Guilhermina F. de Souza Às 7 horas da manhã, funcionários do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), da Secretaria da Floresta (Sef), Polícia Civil, Agentes Ambientais e Batalhão Ambiental se preparavam para ir à área na qual funcionam as madeireiras que estavam agindo ilegalmente no corte e venda de madeira na região de Acrelândia. A cerca de 20 quilômetros do município, na beira da estrada, uma grande quantidade de toras de árvores está estocada nas duas empresas, instaladas em um mesmo pátio. Juntas, elas mantêm um total de 45 homens trabalhando no corte de madeira, que é vendia principalmente para o Rio Grande do Sul.
Depois de investigada a documentação e algumas averiguações em campo, a ação de ontem, que faz parte da operação Floresta Viva, do governo do Estado, foi de represália aos atos. A Minimad foi multada pelas irregularidades e a Guilhermina teve toda sua madeira embargada por ainda estar em investigação, ambas envolvendo mais de dois mil metros cúbicos de madeira, o que daria para construir 200 casas populares.
Ilegalidade na mata
Segundo o diretor-presidente do Imac, Edegard de Deus, a Minimard, pertencente a Claudemir Francisco Bonamigo está envolvida em duas situações irregulares. Na primeira, a empresa declarou que havia comprado madeira de terminada área, quando na verdade, toda a documentação analisada pelo Imac e a investigação em campo constatou que a origem era ilegal. Os 982 mil metros cúbicos de madeira apreendida dariam para encher 50 caminhões pequenos. O empresário foi multado em R$ 492 mil, e a madeira será destinada para construção de casas populares.
Em uma segunda situação, após a vistoria em campo foi visto que a Minimad retirou madeira de área de reserva legal, que só pode ser extraída a partir de plano de manejo. Foram 150 mil metros cúbicos. Bonamigo ganhou mais uma multa de R$ 75 mil. O madeireiro envolvido foi multado em R$ 284 mil e os quatro proprietários rurais, em R$ 168 mil. Esses últimos terão ainda que reflorestar a área como é previsto na lei em relação à reparação de danos. Isso poderá reduzir a multa em até 90%.
Falsificação verde
A empresa Guilhermina F. de Souza, com nome fantasia de Madeireira Caetano, pertence a Ederaldo Caetano de Souza. Funcionando no mesmo espaço que a Minimad, ela é suspeita de falsificação de 79 guias de autorização à retirada de Autorização para Transporte de Produtos Florestais (APTF). Edegard conta que foi feita uma comparação das autorizações dos registros no Imac e os dados não constam com os da empresa. Os mais de 980 mil metros cúbicos de madeira que estavam no pátio da empresa foram embargados, e serão liberados somente se a empresa provar estar agindo de acordo com a lei. As empresas Minimad e Guilermina terão 20 dias para esclarecer com documentos às acusações ou pagar logo as multas.
Olhos atentos às serrarias
A operação Floresta Viva, segundo Edegard é uma tentativa de evitar maiores desmatamentos ilegais da floresta. Ele diz que mesmo com as facilidades para as empresas agirem na legalidade, algumas preferem o lado errado. Um exemplo dos esforços é a aprovação do plano de manejo, que antes demorava três meses e agora sai em 15 dias. Este ano a operação que existe desde 2004, começou a atuar a partir do mês de março. Em três meses de atividades foram apreendidos 3 mil metros cúbicos de madeira. Essa última foi a maior apreensão, que resultou em multas de mais de R$ 1 milhão. Das irregularidades dos empresários autuadas na ação de ontem, 80% está na região de Acrelândia e 20% em Plácido de Castro e Senador Guiomar. - Estamos atuando bastante no município de Acrelândia devido a todos esses casos - diz Edegard. (Amazônia.org, 22/06)