Sindicatos pedem proibição internacional do amianto
2005-06-22
No dia 8 de junho, em Genebra, durante a conferência anual da OIT
(Organização Internacional do Trabalho), a organização Global Unions
(Sindicatos Globais) deu início a uma campanha mundial para proibir a
utilização do amianto. O secretário geral da CIOSL (Confederação
Internacional das Organizações Sindicais Livres), Guy Ryder, disse que, com
a campanha, os sindicatos esperam pôr fim à morte e à destruição provocada
pelo amianto, responsável por mais de cem mil vítimas fatais por ano em todo
o mundo e sofrimentos em milhões de pessoas.
Uma carta foi entregue pela Global Unions a cada um dos governos
participantes da conferência da OIT, pedindo-lhes que proíbam o uso do
amianto ou que respaldem uma proibição mundial da comercialização e uso
desse produto. — Cremos que a evidências dos perigos do amianto são
irrefutáveis - disse Ryder aos governos, enfatizando que todos os tipos de
amianto causam amiantose, uma doença progressiva dos pulmões em função da
inalação ds fibras do produto. — A amiantose é um risco para todos, não
somente para os trabalhadores - afirmou, desde as crianças nas escolas até os
jovens e as pessoas de idade que transitam por edifícios públicos ou
privados onde há amianto, e para comunidades inteiras onde há amianto como
agente contaminante.
A Agência Internacional de Investigação sobre o Câncer, pertencente à OMS
(Organização Mundial de Saúde), declarou que para os humanos o amianto é um
agente comprovadamente cancerígeno. Havia esperanças de que o crisotilo ou
amianto branco fosse seguro, mas as evidências científicas disponíveis sobre
o mesmo até o momento demonstram que também provoca câncer. — Faremos um amplo
apelo aos empregadores, aos sindicatos e às organizações da sociedade civil
de todos os países para que participem dessa proibição, considerando-a uma
questão urgente e inerente à decência humana - disse Ryder. Ele acrescentou
que, se planejada adequadamente, a repercussão da proibição do amianto no
emprego poderia ser compensada com uma transição positiva a outros postos de
trabalho. Quase 40 países já proibiram o amianto, mas outros 80 continuam
utilizando o produto.
(Com informações da CIOSL)