PUC estuda invasão dos caramujos africanos em Porto Alegre
2005-06-22
Por Ingrid Holsbach
O Laboratório de tratamento de Imagens e Geoprocessamento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC) em conjunto com uma equipe do curso de Biomedicina, vem realizando uma pesquisa sobre os caramujos transmissores da esquistossomose no lago Guaíba, em Porto Alegre.
A espécie em questão é natural da África e acredita-se que tenha sido trazida pelos navios negreiros. O caramujo era encontrado na região do Paraná, porém, nos últimos anos, apareceram os primeiros exemplares no rio dos Sinos, na Região Metropolitana da capital.
A teoria levantada pelo grupo de estudo é que o aumento da temperatura no planeta provoque a migração dos caramujos, que fogem do calor. A pesquisa, em fase inicial, tenta localizar os focos da espécie primeiramente no rio dos Sinos. De lá, o caramujo chega ao Guaíba. Essa localização é feita a partir simulação da modelagem de circulação dos rios, tendo os dados captados através do sensoriamento remoto e geoprocessamento.
Outro projeto desenvolvido pela universidade, que utiliza a mesma técnica de sensoriamento remoto, é a avaliação da captura de carbono orgânico em lagoas. Um estudo inicial calculou a taxa de sedimentação da lagoa do Araçá, sua velocidade e propagação dos ventos para poder fazer o mapeamento completo. A idéia principal do professor Dr. Régis Lahn, coordenador dos projetos, é fazer com que essa captura de carbono sirva como créditos de carbono para o Estado, já que o Rio Grande de Sul possui grande quantidade de lagos e lagoas.
Lahn apresentou os trabalhos do laboratório em uma palestra promovida pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) no último dia 15/06, em Porto Alegre.