Cercamentos de parques têm resultados divergentes
2005-06-21
A proposta de cercar os parques divide opiniões não só na Capital. Cidades que já adotaram iniciativas semelhantes, como Caxias do Sul e Rio de Janeiro, vêem aspectos positivos e negativos na medida. O projeto, prevendo que o porto-alegrense decida a questão nas próximas eleições, foi protocolado ontem na Câmara Municipal pelo vereador Ibsen Pinheiro (PMDB). Caso saia o plebiscito e o cercamento seja aprovado, a medida atingiria todos os nove parques de Porto Alegre.
Para o secretário municipal do Meio Ambiente de Caxias do Sul, colocar muros ou grades em áreas verdes não é necessariamente uma solução. Ari Dallegrave lembra que, há alguns anos, o Parque Monteiro Lobato foi cercado por tijolos, e a Praça José Gazzola, isolada por uma cerca. Em ambos os casos, as proteções foram removidas porque, segundo ele, acabavam favorecendo o crime e encurralando o usuário.
No ano passado, o Parque Cinqüentenário, no centro da cidade, foi cercado, mas a medida foi motivada mais por questões do relevo da área do que para evitar assaltos. - É difícil saber se o cercamento beneficia mais o cidadão de bem ou os mal-intencionados - diz Dallegrave. A presidente da Fundação de Parques e Jardins do Rio, Vera Dodsworth, diz que a proteção por grades ajudou em parte a reduzir o vandalismo. A maior parte dos 33 parques da cidade tem cercas e fica fechada à noite, o que não impede ataques durante o dia. Cercar simplesmente um parque poderia até afugentar usuários na opinião de Vera. É preciso também oferecer atividades que atraiam constantemente um público qualificado - avalia. (ZH, 21/06)