França rechaça plano do Japão para ampliar caça às baleias
2005-06-21
A França, que faz parte da Comissão Baleeira Internacional (WIC), expressou ontem (20/6), na primeira jornada de reuniões da comissão, seu repúdio aos novos planos japoneses de caça à baleia, uma vez que respaldou a proposta brasileira e australiana de criar um santuário para esta espécie no Atlântico Sul. A postura de Paris na 57ª assembléia anual da WIC, que se realiza em Seul, na Coréia do Sul, foi exposta pelo porta-voz do ministério francês de Assuntos Exteriores.
O político francês recordou que, desde a instauração de uma moratória generalizada de caça às baleias, em 1986, os Estados favoráveis à preservação, entre os quais a França, sempre conseguiram que prevalecesse tal regime, assinalou o porta-voz Jean-Baptiste Mattei. Por isto, assinalou, há uma forte preocupação em várias regiões, especialmente na Europa, em razão do anuncio das autoridades de um Estado (o Japão) quanto a uma nova edição de suas própias atividades de caça chamada científica, que duplicaria o número de capturas autorizadas e incluiria, pela primeira vez, espécies particularmente ameaçadas, como a baleia jorobada.
O porta-voz francês recordou que o projeto japonês já foi objeto de gestão diplomática conjunta por parte de 16 Estados membros da CBI, incluindo a França. Nesta sessão, Paris reiterará sua oposição ao plano, embora levando em conta as especificidades da caça aborígene, pronunciando-se a favor da continuidade dos trabalhos do comitê de conservação que foi criado em Berlim, na Alemanha, na sessão anterior à atual. Após assinalar que a França não deixou de apoiar medidas de conservação, contribuindo para criar santuários baleeiros nos oceanos, em mares regionais e em suas próprias zonas econômicas, a França indicou que respaldará a proposta do Brasil e da Austrália de que se crie um santuário no Atlântico Sul. (El Mundo, 20/6)