Apesar de a humanidade estar passando pela maior extinção de espécies desde a era dos dinossauros, isto só se torna perceptível quando acontece no quintal de cada um. As florestas com araucárias, o pinheiro-do-Brasil, entraram na lista de extinção. Sem formações originais, elas perduram há 250 milhões de anos. Mas uma pesquisa realizada por entidade não-governamental mostra que a população do Paraná e de Santa Catarina considera importante a preservação dessa espécie.

Em novembro de 2003, o Ministério do Meio Ambiente criou uma força-tarefa para identificar as áreas remanescentes com araucárias – 0,8% da área original. Em março, foi proposta a criação de oito unidades de conservação. Apesar da obviedade e urgência da proposta, várias forças de oposição se manifestaram.

A ONG The Nature Conservancy encomendou uma pesquisa à MQI, do Grupo Ibope, e constatou que 97% dos paranaenses e 98% dos catarinenses acham importante a criação de reservas. Ironia do destino ou falta de liberdade de expressão, a população está diante de um dilema: garantir a proteção das florestas, que proporcionam serviços ambientais imprescindíveis para a qualidade de vida, ou calar-se diante de uma oposição que busca resultados imediatos em benefício de poucos. (Isto É, 20/6)