Cercamento de parques em Porto Alegre pode ser decidido por plebiscito
2005-06-20
Nas próximas eleições, além de escolher o presidente da República, o governador do Rio Grande do Sul, deputados e senador, os porto-alegrenses poderão decidir pelo cercamento ou não de parques com cinco hectares ou mais - exemplo dos parques Farroupilha, Moinhos de Vento e Marinha do Brasil, só para ficar entre os principais. A proposta é de autoria do vereador Ibsen Pinheiro (PMDB). Hoje, a assessoria de Ibsen deve protocolar na Câmara de Vereadores um projeto prevendo o cercamento dos maiores parques da cidade. - O texto flexibiliza a possibilidade de cercamento, levando em consideração, por exemplo, a possibilidade do cruzamento de veículos. A idéia é normatizar um projeto que será submetido à população e, posteriormente, implementado pelo Executivo - detalha Ibsen.
O vereador deixa de fora praças e parques menores porque, na sua visão, o fechamento destes se transformaria em transtorno para a sociedade. - Imagina fechar a Praça da Alfândega? Não dá - diz o vereador. A discussão sobre o cercamento de parques como o Farroupilha e o Moinhos de Vento é assunto antigo na Capital. Na última década, pelo menos dois vereadores apresentaram projetos nesse sentido. Em 1991, Nereu D´Avila (PDT) propôs o cercamento do Parque Farroupilha. O projeto foi arquivado anos depois. Em 2003, Elias Vidal (PTB) defendeu novamente o cercamento da Redenção, proposta novamente arquivada. No ano passado, um projeto do vereador Carlos Alberto Garcia (PSB) definiu que caberia à população, por meio de um plebiscito, aprovar ou rejeitar o cercamento. A novidade, agora, é que Ibsen sugere o perfil dos parques e aponta a data das próximas eleições para a realização do plebiscito. - O cercamento traria preservação contra o vandalismo, aumentaria a segurança e evitaria o uso do parque por criminosos durante a noite - defende Ibsen.
Se o assunto for aprovado na Câmara de Vereadores, a maioria dos votantes no plebiscito definirá o futuro dos parques na próxima eleição. Caso o fechamento seja aprovado, caberia ao Executivo definir o momento preciso e como seria realizado o cercamento.
Secretário é contra fechar a Redenção e o Parcão
O uso dos parques e a educação ambiental têm sido o maior investimento da prefeitura para aumentar a segurança nos parques da Capital. Conforme o secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, a população e as empresas privadas podem dividir a responsabilidade com a prefeitura gerando programações que atraiam os usuários. - A Redenção é segura aos domingos durante o dia. O cercamento não vai resolver sozinho. Não é só o policiamento que pode melhorar a segurança, mas o seu uso também. É um conjunto de fatores - diz Moesch. Para o secretário, o Café do Lago e o Parque de Diversões ajudam a Redenção a se tornar movimentada e segura. No Parcão, os aliados são os dois pontos recentemente retomados - a biblioteca infantil e o monumento do cata-vento, que se tornou centro de visitação. - O Parcão foi adotado pelo Zaffari e pelo Hospital Moinhos de Vento. Uma parte da Redenção, o minizôo, foi adotada pela Vivo. As parcerias são muito importantes, e estamos procurando grupos que adotem o parque - diz.
Parques cuidados pela comunidade, diz o secretário, são mais valorizados e qualificados pela população. Conforme Moesch, além da manutenção, a prefeitura trabalha no disciplinamento de venda de produtos, em tendas de educação ambiental e em abordagens a usuários com cães soltos. No Marinha do Brasil, conforme o secretário, a estratégia tem sido a promoção de campeonatos de futebol e de skate, patrocinados pela prefeitura e por empresas. (ZH, 20/06)