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2005-06-20
No encontro da Comissão Internacional de Caça às Baleias (IWC), que se inicia hoje (20/6), em Uslan, na Coréia do Sul, devem predominar posições favoráveis à caça às baleias. Quatro países em desenvolvimento juntaram-se à entidade e, provavelmente, irão ficar ao lado do Japão nas votações; o Japão lidera o bloco em favor da caça.

O Japão dispôs-se a utilizar-se de qualquer iniciativa para barrar os esforços dos conservadores, mas, provavelmente, não estará apto a retomar a caça comercial. Grupos conservadores estão alarmados ao anteverem os danos ambientais decorrentes das decisões a serem tomadas na reunião. Eles estão preocupados com o impacto sobre as baleias e seus similares, como golfinhos.

A votação tem sido um fio de navalha durante alguns anos, e temos estado pensando até que ponto uma simples maioria poderia significar a derrocada dos caçadores, disse Mark Simmonds, diretor de ciência para a Sociedade de Conservação de Baleias e Golfinhos. — Com esses quatro novos países entrando, poderia realmente ser se estivesse chegando a esse ponto, acrescentou.

Os quatro novos integrantes da IWC são Camarões, Gambia, Nauru e Togo. Embora ainda não haja indicações de como eles irão votar, grupos de conservacionistas alegam que o Japão tem uma história de compra de votos dos países em desenvolvimento através de ajuda estrangeira.

Mas esta visão foi alterada por Yoshimasa Hayashi, membro do alto escalão do governo japonês. — A Agência de Desenvolvimento Japonesa para Assuntos Externos decide por meio de consulta ao governo, e isto não inclui nada na instância pró ou anti-caça às baleias, disse.

De fato, segundo Hayashi, as nações que se opõem à caça à baleia incluem Austrália e Reino Unido, as quais recrutam aliados dentro da IWC. — A Hungria e a República Checa não têm história de caça à baleia, e elas juntaram-se à IWC após a moratória, assinalou Hayashi.

A moratória e o que virá depois dela é realmente a grande questão a ser enfrentada pelos delegados da IWC. Trata-se de uma medida que entrou em vigor em 1986, depois que pesquisas mostraram que os estoques de baleias ao redor do mundo estavam em sério declínio, como resultado de ações de caça desreguladas para a obtenção de carne e óleo.

O Japão, a Noruega e a Islândia mataram mais de 25 mil baleias desde o início da moratória, em 1986. A maioria desses animais são mortos com harpões que explodem dentro deles, embora pequenas comunidades de caça tradicional utilizem outros métodos para pegá-los. Segundo os caçadores, a morte ocorre instantaneamente ou quase assim. Mas os oponentes afirmam que algumas baleias podem levar uma hora para morrer, após atingidas.

O Japão obedece à moratória da caça comercial da baleia, mas captura cerca de 800 desses mamíferos todos os anos, para programas de pesquisas científicas, o que é permitido por convenção internacional. A carne dessas baleias, porém, é consumida pela população japonesa, e os críticos aos programas científicos afirmam que esses programas são apenas uma forma de justificar a sangria das baleias. (Fonte: BBC News, 20/6)

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