BID rejeita projeto de tratamento de esgoto para Porto Alegre
2005-06-17
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) negou financiamento, ontem, para a ampliação do esgoto tratado em Porto Alegre. Reunidos em Brasília, os representantes do BID alegaram ao prefeito José Fogaça que a situação financeira da prefeitura impossibilita o empréstimo para o Programa Integrado Socioambiental. O projeto visa a aumentar a quantidade de esgoto tratado na cidade de 27% para 77%, beneficiando cerca de 800 mil pessoas. Os representantes do BID explicaram que atrasos e não pagamentos de amortizações de financiamentos da administração passada impedem que um novo financiamento seja realizado.
Segundo a assessoria de Fogaça, os dirigentes do BID no Brasil afirmaram que a prefeitura agira de forma desrespeitosa atrasando parcelas. Em contrapartida, a ordem de Washington, sede do BID, é não liberar recursos para a prefeitura. Novos estudos devem ser feitos para que o projeto seja reavaliado pela instituição financeira. Na próxima semana, o prefeito pretende reunir os técnicos e a consultoria do município para estudar uma saída para o impasse. Fogaça também promete conceder uma entrevista para - esclarecer à população o que ocorreu - . Por meio de sua assessoria, Fogaça se disse impactado com a relação entre a prefeitura da Capital e o BID. Com investimento de R$ 115 milhões, o programa prevê melhoria na qualidade de água, redução de risco de inundações, requalificação urbana e gestão ambiental. O projeto visa ao resgate da balneabilidade do Guaíba, proteção contra cheias e reassentamento de famílias que vivem em áreas de risco. Em 2003, o BID suspendeu negociações depois que a prefeitura pediu prorrogação para o pagamento de parcela do empréstimo da Terceira Perimetral.
Contraponto
O que diz João Verle (PT), ex-prefeito de Porto Alegre:
- Sempre estivemos à frente no pagamento com o BID. O que houve foi uma pequena defasagem em 2004, uma dificuldade momentânea. Se a prefeitura fosse deficitária, não teria anunciado o Plano Plurianual. Nossa relação com o BID era cordial. Eu estive duas vezes no gabinete do banco em Brasília e fui bem recebido. Estou tranqüilo. Sei que a prefeitura de Porto Alegre - independente da administração - tem condições de buscar financiamento. – (ZH, 17/06)