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2005-06-17
Por Carlos Matsubara

O Pró-Guaíba busca meios para não acabar de forma melancólica sem o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Entre as fontes alternativas de recursos está a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

A Secretaria–Executiva do Programa de Despoluição do Guaíba assinou, em conjunto com a Secretaria de Coordenação e Planejamento, um acordo de cooperação técnica com os japoneses para construção do Modelo Hidrodinâmico do Lago Guaíba, em dezembro do ano passado.

Trata-se de um modelo matemático, inédito no país, cuja finalidade é criar métodos para analise da quantidade e da qualidade das águas do Guaíba. —Seria mais uma ferramenta de ação dentro do Projeto Rede de Monitoramento Ambiental do Pró-Guaíba-, descreve a consultora técnica do programa, Ana Elisabete Carara.

Essa análise será realizada a partir de simulações do comportamento de determinados poluentes, já típicos no Guaíba, como matéria orgânica (esgoto in natura) e metais pesados provenientes de dejetos industriais e do uso de agrotóxicos usados especialmente nas lavouras de arroz.

— Vai possibilitar que seja calculado, por exemplo, quanto tempo determinado poluente demora para ser dispersado -, explica Ana Elisabete. Quanto à origem dos poluentes, a nova ferramenta pretende identificar as origens e a recorrência desses poluentes. — Posto isto, ajudará a decidir sobre a outorga do uso da água-, aponta.

O segundo passo foi dado em abril quando foi iniciado um procedimento chamado de batmetria com o objetivo de traçar o perfil do fundo do lago. — Servirá para identificar a profundidade e seu formato. Será um formato para embasar os nove comitês já instalados na Bacia do Guaíba-, argumenta.

Combate a poluentes
O modelo também deve contribuir para que as companhias de abastecimento de água possam ter mais uma certificação da qualidade do serviço oferecido à população. — Todos sonhavam com isso no Estado-, exagera Ana, que também preside o Conselho Regional de Biologia.

A JICA entra com a contratação de técnicos da Universidade de São Carlos (SP) que desenvolveram por lá um software parecido sendo aplicado na despoluição do Rio Tietê e com cursos de capacitação para profissionais locais. A contrapartida do Governo do Estado será a contratação de outros técnicos do Instituto de Pesquisa Hidráulica (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Para tanto dispõe de R$ 79 mil.

Ainda deverão ser recolhidas amostras da água durante todo este inverno e no próximo verão. A previsão de conclusão é março de 2006, ultrapassando, portanto o início do Módulo II do Pró-Guaíba, anunciado na quarta-feira (15/6) para agosto pelo governador Rigotto.

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