300 hectares de araucárias são devastados em área prestes a se tornar parque no PR
2005-06-14
Cerca de 300 hectares de uma floresta de araucárias foram devastados em Palmas, Região Sul do Paraná, em uma área onde o governo federal está prestes a instalar um refúgio de vida silvestre. Várias árvores – na sua maioria centenárias e de proporções gigantescas – foram queimadas. Cinco dias após a data estimada para o desmatamento, troncos de araucárias continuam em chamas.
O crime ambiental foi identificado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), durante um sobrevôo de helicóptero. Duas equipes do instituto trabalham há três dias no local para avaliar a extensão do desmatamento. A estimativa inicial era de que a área devastada tinha 100 hectares, mas o Ibama já considera que pode passar de 300 hectares.
O terreno devastado integra um complexo de cinco unidades de conservação ambientais que o Ministério do Meio Ambiente pretende criar no Paraná. Depois de audiências públicas realizadas em abril, o processo de implantação foi encaminhado para a sanção presidencial. Mas o trâmite foi interrompido por liminares judiciais, interpostas pelos proprietários das áreas.
A suspensão no andamento motivou medidas preventivas. Para evitar que os trechos delimitados fossem devastados, o Ibama decidiu monitorar as regiões. A cada dez dias, fotos de satélite são analisadas na tentativa de identificar focos de desmatamento. Além disso, um helicóptero foi designado especialmente para sobrevoar as terras uma vez por semana.
Segundo o Ibama, o terreno desmatado em Palmas pertence a um único proprietário. O nome dele será mantido em sigilo até que se confirme a responsabilidade pelo crime ambiental. A multa estimada ultrapassa a casa de R$ 1 milhão. A área dizimada representa 1,8% dos limites do refúgio, que deve ter 16.445 hectares, dentro dos municípios de Palmas e General Carneiro. Para o coordenador do Núcleo de Mata Atlântica do Ministério do Meio Ambiente, Wigold Schäffer, - essas áreas estão sendo desmatadas com o nítido interesse de evitar a criação da unidade de conservação. (Gazeta do Povo-PR, 11/06)