Pesquisa indica que brasileiro não confia em ONGs
2005-06-14
Uma pesquisa realizada pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), em parceria com o Ibope, revela que 57% dos brasileiros não confiam nas organizações não-governamentais (ONGs) que trabalham em defesa do meio ambiente. Apenas 29% disseram confiar nos ambientalistas. Para o coordenador geral da Renctas - uma ONG ambiental -, Denis Giovanini, o resultado é fruto do costume brasileiro de generalizar as avaliações. - Às vezes, uma denúncia contra uma ONG é suficiente para gerar opinião generalizada desse tipo - analisa.
Ainda segundo ele, as ONGs têm dificuldade para divulgar suas ações positivas. - É o que acontece com os políticos. Sabemos que há homens públicos sérios, mas também há corruptos. Contudo, a sociedade prefere generalizar a classe política - argumenta. A pesquisa mostra que o brasileiro teme que o País seja incapaz de controlar e proteger seus recursos naturais. Cerca de 75% das pessoas acreditam que há risco de invasão ao Brasil para apropriação de sua riqueza natural.
- Fica clara a preocupação do brasileiro com os recursos naturais e seu entendimento de que eles são um patrimônio. E, pior, que está mal protegido. Quando perguntadas se o País tem preocupação ambiental, 63% das pessoas dizem que o governo não respeita o meio ambiente. Ou seja, o brasileiro teme que a falta de respeito à natureza impulsione futuras invasões de outros países mais responsáveis ambientalmente. Essas respostas variaram muito pouco nas diferentes classes sociais pesquisadas - analisa o coordenador da Renctas.
Para ele, há uma inquietação nacional em relação ao tema, e o governo deveria estar mais atento a esse movimento. Outro dado que surpreende é a disposição da maioria dos brasileiros em pagar uma espécie de imposto verde. Questionados se estariam dispostas a pagar mais caro por alguns produtos sabendo que os recursos seriam destinados a melhorias ambientais, 63% das pessoas disseram que sim. A pesquisa foi realizada no mês de abril em 143 municípios e investigou diversos segmentos sociais. (A Notícia, 13/06)