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2005-06-14
Por Lara Ely

A rede hospitalar de Porto Alegre passou a cumprir as novas exigências do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há quinze dias. Quem dá a informação é Marli Hoch, da Equipe de Controle e Vigilância em Serviços de Saúde da Prefeitura. Ela diz que todos os hospitais da cidade estão encaminhando seus resíduos para o destino correto. O plano de gerenciamento de resíduos é próprio de cada instituição. A Smam dá seu aval com o licenciamento ambiental, e os hospitais colocam em prática a gestão. O transporte até o aterro, para os hospitais da rede municipal, é por conta da prefeitura. Já as instituições da rede privada são responsáveis pelo destino do próprio lixo.

Desde o início deste mês, o lixo contaminado dos hospitais municipais está sendo recolhido pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e levado até o bairro Restinga. Lá os resíduos infectantes serão armazenados para serem descontaminados por um processo de microondas assim que a empresa Cavo Soluções Ambientais colocar em funcionamento um equipamento de autoclave.

Este processo de descontaminação inclui trituração, injeção de vapor a 150 graus centígrados e passagem por um microondas de 100 graus centígrados. Depois disso, o lixo está pronto para ser destinado ao aterro Santa Tecla, que se encontra quase saturado. Por isso o local receberá apenas cinco toneladas por dia de lixo hospitalar – do total de 700 toneladas de resíduos de diversos tipos produzidos diariamente na capital.

Quem está responsável pelo trabalho é a Cavo, uma empresa paulista que tem a maior unidade de tratamento da América Latina e foi contratada pela prefeitura para tomar conta dos resíduos. A empresa, que já obteve a LO (Licença da Operação) da Smam, só aguarda sinal da prefeitura para começar a operar o autoclave.

Para o gerente Iberê Gibin Junior, estrategista da empresa, a nova legislação acentua a questão do gerador-pagador. Estimula as empresas que geram a reduzir, já que todo resíduo gerado tem um preço a ser pago pelo recolhimento. No caso do lixo-hospitalar, a quantia é de R$ 1,00 o quilo. — Este é um exemplo de como as PPP´s (Parcerias Público-Privadas) ajudam no sentido de estimular a consciência de consumo das instituições - acredita.

Os dados fornecidos por ele indicam também que está sobrando capacidade de tratamento de resíduos no Brasil. Sendo geradas 400 toneladas de lixo por dia, somente 250 toneladas estão chegando às Usinas de Tratamento – caso dos resíduos hospitalares de São Paulo. — Temos um sub-aproveitamento de quase 50% devido à falta de transporte e separação. O resíduo não está sendo tratado porque as pessoas jogam lixo no chão e não no latão - aponta.

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