ONGs criticam políticas federais
2005-06-13
A Rede de Organizações Não-Governamentais da Mata Atlântica (RMA) enviou semana passsada carta ao presidente Lula pedindo reforço de políticas e ações para proteção do meio ambiente. Na carta, a entidade reitera sua preocupação com as políticas desenvolvimentistas do governo federal, que considera direcionadas a um crescimento econômico a qualquer preço, sem considerar a questão ambiental.
A RMA pede a revisão de decisões dos governos federal e estaduais que incentivam atividades insustentáveis, como a liberação do plantio comercial de transgênicos, e faz críticas a alguns projetos de infra-estrutura, como o da transposição das águas do Rio São Francisco. A associação também reivindica empenho do governo para a aprovação, em regime de urgência, do Projeto de Lei da Mata Atlântica. O projeto já foi votado na Câmara dos Deputados e agora está em tramitação no Senado.
Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador institucional da RMA, Cláudio Coffani, explicou que o objetivo da carta é cobrar políticas ambientais e reforçar a necessidade de um canal de comunicação claro e eficiente entre a rede e o governo.
Além de fazer críticas e sugestões, a carta da Rede de Organizações Não-Governamentais da Mata Atlântica reconhece ações do governo Lula na área ambiental. — A rede parabeniza o trabalho da Polícia Federal, do Ministério do Meio Ambiente e da direção do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) na ação contra a corrupção e a ação de madeireiros, principalmente no Estado do Mato Grosso, diz a carta.
A RMA também reconhece os avanços institucionais na conservação do bioma e o esforço de instituições de controle ambiental em discutir estratégias conjuntas de fiscalização e planejamento no país.
A carta propõe ainda ao Ministério do Meio Ambiente a criação de novas unidades de conservação no sul e extremo sul da Bahia e pede a suspensão da licença prévia do Ibama referente ao projeto de transposição do rio São Francisco, por ser, segundo a instituição, considerada irregular devido à inconsistência e à fragilidade do Estudo de Impacto Ambiental. (Agência Brasil, 10/6)