Na esperança de chamar atenção das autoridades e da opinião pública para ocupação desordenada dos balneários do Sul de Santa Catarina, o pescador João Aguiar demoliu ontem sua casa, localizada na praia da Galheta, em Laguna. A casa estava em área de proteção ambiental, onde outras propriedades ocupam espaço. Aguiar afirma que os demais imóveis pertencem a turistas e foram construídos irregularmente. A demolição foi tipo de protesto com objetivo de dar início ao processo de demolição das demais residências e salvar o ambiente de degradação.

— Vamos demolir nossa casa e queremos que o ministério público mande demolir as demais - disse o pescador, morador nativo da comunidade de Santa Marta. A demolição foi acompanhada por representantes da Colônia de Pescadores Z-14, de Laguna, da Pastoral da Pesca, da Associação de Pescadores de Vila Vitória, da Associação de Pescadores da Praia da Galheta e pela entidade ambientalista Rasgamar, que filmou e fotografou a derrubada. O material será levado ao ministério público.

O advogado ambientalista Aldo Assunção afirmou que todas as casas do local são irregulares. — O Poder Público tem que aproveitar o momento favorável para dar início a novas demolições na área, pois já existem casas com ações julgadas e até agora continuam interferindo no ambiente e na paisagem - enfatiza. O presidente da Rasgamar, João Batista Andrade, reforça que nenhum nativo mora no local. — Moradores de outras cidade vêm para nossas praias e constroem onde não devem. Durante este tempo, nunca foram punidos, mas queremos mudar essa situação - informa. (A Notícia, 08/06)