Estudo aponta contaminação de água no Extremo-oeste de SC
2005-06-10
Quase 80% de toda a água consumida nas propriedades rurais do Extremo-oeste está contaminada. O dado foi levantado através de amostras coletadas nos municípios da região e analisadas pelo laboratório de análises microbiológicas da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), campus de São Miguel do Oeste. Segundo a técnica responsável, Eliandra Mirlei Rossi, o que chama a atenção é o aumento de casos de contaminação, que passaram de 73%, em 2003, para 79%, em 2004. Outro fator que impressiona é que a maioria destas amostras está contaminada por coliformes fecais.
Todas as amostras foram retiradas de fontes e poços no interior dos municípios. - Se continuar assim, logo os agricultores terão de tratar a água em suas casas, já que está ficando difícil encontrar uma fonte 100% potável - afirma Eliandra. Ela explica que a contaminação, em muitos casos, se dá pela construção de fossas próximas a fontes e pela utilização de dejetos de suínos nas lavouras, bem como fertilizantes, que são levados para os rios pela chuva. - Por meio da infiltração, eles também contaminam o lençol freático - explica.
O maior problema na região é a falta de informação, já que a maioria dos agricultores depende dos técnicos que atuam em órgãos estaduais e municipais, que são poucos para atender a demanda. De acordo com a técnica, na maioria das propriedades, as fontes não estão adequadamente protegidas e falta conhecimento básico. - Constatamos que vários agricultores não sabem como se dá uma contaminação e desconhecem os cuidados elementares que se deve ter na proteção de uma fonte de água - explica. A responsável pelo laboratório orienta que a utilização do cloro deve ser acompanhada por análises constantes para determinar o volume a ser utilizado, uma vez que o excesso pode causar intoxicação.
O Laboratório de Análises Microbiológicas foi implantado em São Miguel do Oeste há dois anos e é uma extensão do curso de ciências biológicas. O laboratório realiza análises de água, alimentos e leite, além de realizar diagnósticos sobre mastite bovina. (A Notícia, 09/06)