Governo catarinense luta contra criação de UC’s
2005-06-10
O governo do Estado de Santa Catarina deve radicalizar a estratégia contra a criação do Parque Nacional das Araucárias e a Estação Ecológica Mata Preta. Segundo o secretário executivo de Articulação Nacional, Valdir Colatto, a Justiça pode ser o caminho escolhido para barrar as áreas de preservação ambiental. — Nós pedimos formalmente ao governo federal que espere a conclusão do Relatório Florestal de Santa Catarina, que deve ficar pronto em um ano, para definir a necessidade de novas áreas de proteção no Estado. Se essa condição não for levada em conta, os responsáveis pelas conseqüências econômicas e sociais da criação do parque e da estação serão os municípios e a União. Nós vamos lavar as mãos. Se couber uma ação judicial, também vamos ingressar com uma - revela.
O assunto foi tema de uma audiência pública no Senado Federal no dia 8. Apesar da grita, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) definiu as datas para as audiências públicas para criação do Parque Nacional das Araucárias e da Estação Ecológica Mata Preta. Entre os dias 21 e 24/06, serão feitas consultas populares em Passos Maia, Ponte Serrada, Abelardo Luz e Palmas. As novas audiências foram acertadas em acordo com os quatro prefeitos.
A polêmica entre a União e o governo do Estado é antiga. Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto de criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí, as primeiras brigas começaram. De lá para cá, o ministério e o governador não se entendem mais. No caso dessas novas áreas, o secretário de Meio Ambiente do Estado, Bráulio Barbosa, participou de todas as reuniões que antecederam a criação do parque e da estação e estava de acordo com o desenho e a abrangência deles. Depois de endossar as atitudes do ministério, o secretário chegou a ser desautorizado pelo governador Luiz Henrique da Silveira. Porém, o processo já está muito adiantado. - O prejuízo social e econômico pode ser enorme. Como fica, por exemplo, o produtor que tem um financiamento para pagar e pode ter parte da sua terra confiscada pela União? Como ele vai pagar a dívida - questiona Colatto. O ministério garante que nenhuma área produtiva será atingida.(A Notícia, 09/06)