Corredor da biodiversidade do Amapá poderá virar modelo
2005-06-10
O corredor da biodiversidade, criado no estado do Amapá em 2003, poderá servir de modelo para outras regiões e até mesmo para outros países se receber recursos para ser efetivamente implementado. Dados sobre o projeto foram apresentados pelo governador do Amapá, Waldez Goes, que participou de audiência pública na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. Em sua explanação, o governador diferenciou os corredores ecológicos já existentes dessa nova modalidade de reserva. - Os corredores ecológicos visam precisamente a conservação e restringem a atividade econômica, enquanto os de biodiversidade permitem a utilização econômica desde que as áreas sejam conservadas - destacou.
O maior corredor de preservação ambiental do Brasil tem mais de 10 milhões de hectares e ocupa 103 mil km2, o equivalente a 70% da área do Amapá. É maior que países como Portugal e Bélgica. O governador Waldez Goes tem se reunido com representantes do Banco Mundial para buscar recursos. Ele acrescenta que o esforço do estado só terá resultados se tiver apoio do governo federal. O governador também pediu aos parlamentares pressa na aprovação do Projeto de Lei 4776/05, que regulamenta a gestão de florestas públicas. Segundo ele, o Amapá tem intenção de estabelecer quatro florestas que permitiriam ao estado trabalhar apenas com madeira certificada.
O deputado Gervásio Oliveira (PMDB-AP), que solicitou a audiência pública, explicou que o Corredor de Biodiversidade é conceituado como uma rede de áreas protegidas, entremeadas por áreas com variáveis graus de ocupação humana. Nela, o manejo é integrado para garantir a sobrevivência de todas as espécies, a manutenção de processos ecológicos e evolutivos e o desenvolvimento de uma economia regional forte baseada no uso sustentável dos recursos naturais. Esse novo modelo proposto prevê o desenvolvimento econômico do estado e a melhoria considerável de qualidade de vida da população. - É possível identificar nesse processo contínuo que o Corredor de Biodiversidade vai se tornar a rica referência de informação essencial para o estado o qual está inserido nos moldes de alternativas economicamente sustentáveis e viáveis para a população amapaense - concluiu o parlamentar.(Amazônia.org.br, 09/06)