Redes de pesca matam mil mamíferos marinhos por dia, diz WWF
2005-06-10
Quase mil baleias, golfinhos e outros mamíferos marinhos morrem diariamente em redes de pesca, e é urgente mudar os métodos dos pescadores para salvar nove populações ameaçadas, disse na quinta-feira a entidade ambientalista WWF. O relatório, a primeira avaliação da situação feita por oceanógrafos de ponta, segundo a WWF, diz que a captura acidental de cetáceos durante a pesca é uma das ameaças mundiais mais graves aos mamíferos marinhos.
- Quase mil baleias, golfinhos e botos morrem a cada dia em redes e utensílios de pesca. Isso é um a cada dois minutos - disse Susan Lieberman, diretora do Programa Global de Espécies da WWF. - Algumas espécies estão sendo levadas à beira da extinção. Uma ação urgente é necessária. Por respirarem ar, os golfinhos e outros cetáceos se afogam quando são apanhados acidentalmente pelas redes. O texto cita animais ameaçados em áreas tão distantes quanto o mar Negro, a costa da América do Sul, a África Ocidental e o Sudeste Asiático, assinala.
- A maioria das espécies na lista está ameaçada pelo uso difundido de um tipo de utensílio de pesca -- a rede de emalhe - disse a WWF. - Golfinhos têm dificuldades para ver essas redes ou detectá-las com seu sonar, por isso ficam presos na rede ou nas cordas atadas a ela.
Mas o relatório diz que as populações ameaçadas podem se recuperar se houver mudanças nos métodos de pesca e outras iniciativas de conservação. - Entre 1993 e 2003, pescadores dos Estados Unidos introduziram mudanças, como modificações nos utensílios de pesca, que reduziram a pesca acidental de cetáceos para um terço dos níveis anteriores - disse a WWF. - Mas, até agora, poucas dessas medidas bem-sucedidas foram transferidas para outros países, e em grande parte do resto do mundo o progresso para reduzir a pesca acidental é lento ou inexistente.
As inovações incluem a colocação de alarmes acústicos nas redes, para assustar os mamíferos marinhos. A WWF diz que o relatório será entregue ao comitê científico da Comissão Baleeira Internacional, que se reúne neste mês na Coréia do Sul. (UOL/ Últimas Notícias, 9/6)