Ministério Público oferece denúncia contra ex-executivo do Ibama
2005-06-09
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o gerente-executivo do Ibama na Paraíba, Erasmo Rocha Lucena, e contra o ex-gerente do órgão e hoje superintendente de Administração do Meio Ambiente do Estado, José Ernesto Bezerra, acusados de autorizar a instalação e funcionamento de atividade industrial na APA (Área de Proteção Ambiental) do rio Mamanguape, no município de Rio Tinto, Paraíba. Segundo a denúncia, há um viveiro de carcinicultura (criação de crustáceos) no interior da APA, numa área de 63,8 ha de mangue, que não possui aprovado o estudo de impacto ambiental.
A denúncia do MPF diz que se trata da construção, instalação e funcionamento de atividade utilizadora de recursos ambientais, considerada efetiva e potencialmente poluidora, capaz de causar degradação ambiental, cuja operacionalização depende de prévio licenciamento ambiental federal. Há irregularidades nas concessões e a autorização para o desmatamento foi emitida de forma ilegal pelo Ibama, diz a denúncia. A unidade de conservação tem como objetivo conservar espécies de manguezal, Mata Atlântica e do peixe-boi marinho, ameaçado de extinção. A pena para este tipo de crime é de um a três anos de detenção, além do pagamento de multa.
O gerente-executivo do Ibama, Erasmo Rocha Lucena, afirma que o problema é decorrente da administração passada e que a própria Procuradoria da República foi omissa em relação às irregularidades encontradas. Ele diz que só assinou um novo termo de compromisso em 2003 porque o procurador já o havia feito. - Assinei erradamente, reconheço. Tanto que pedi um auditoria para apurar os erros. Se ela demorou, é problema do próprio Ibama federal, da burocracia. O superintendente de Administração do Meio Ambiente do Estado, José Ernesto Bezerra, disse que não iria se pronunciar, pois não tinha conhecimento das denúncias. (Folha de S. Paulo, 08/06)