Interpol, Ministério Público e PF realizam encontro sobre crimes contra o patrimônio histórico
2005-06-09
— Muito da nossa história é contada através do nosso patrimônio histórico, por isso é importantíssimo preservá-lo - afirmou o procurador Geral da República, Alexandre Camanho, ressaltando a importância do primeiro Curso de Combate ao Tráfico de Bens Culturais que acontece desde terça-feira (7/6) até sexta-feira no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) de Brasília. Participarão do curso, representantes da Interpol, Policial Federal, Ministério Público, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Academia Nacional de Polícia.
Para o chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF em Brasília, Paulo de Tarso, o encontro é muito positivo, pois vai propiciar a troca de experiências entre os órgãos que combatem esse tipo de crime no Brasil e no Mundo.
Segundo Tarso, a PF tem feito várias apreensões, contudo, explica o policial, é muito complicado o trabalho da polícia nesse tipo de crime. Desde 2003, todas as superintendências regionais têm uma delegacia especializada na área e isso melhorou muito nosso trabalho. Porém, falta o conhecimento mais aprofundado para identificar as obras e isso é um dos pontos a serem abordados aqui, concluiu.
De acordo com a diretora do Patrimônio Material do Iphan, Sônia Rabelo, o encontro será fundamental para traçar novas metas para as políticas públicas contra o crime ao patrimônio cultural no país. Segundo ela, os roubos, principalmente de imagens sacras, vem diminuindo significativamente. — O Iphan, junto com órgão colaboradores, está desenvolvendo um inventário dos bens móveis e isso dificulta a ação dos bandidos.
No último dia dois, uma equipe de policiais federais recuperou em São Paulo, com um antiquário, uma figura de santa do século XVII. A peça em madeira fazia parte do acervo da igreja Nossa Senhora das Mercês II, em Recife, e havia desaparecido há cerca de 50 anos. De acordo com a PF, Minas Gerais, Rio de janeiro, Bahia, São Paulo e Maranhão são os estados com maior ocorrência de furtos às imagens sacras no país. (Agência Brasil, 8/6)