As emissões de CO2 - o gás de efeito estufa mais intenso - apenas apresentaram trajetória ascendente. Confira os dados coletados pelos cientistas:
Em 1958, o cientista norte-americano Charles Keeling começou a medir a concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2 ) em um vulcão extinto, no Havaí. Ficava em 315 partes por milhão (ppm). Em 1968, a aeronave Apolo 8, norte-americana, tira a primeira foto da Terra a distância, dando chance ao início do moderno ambientalismo a partir da visão espacial da Terra. O nível de CO2, nessa época, chega a 323ppm.

Em 1972, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente de Estocolmo reconhece pela primeira vez as ameaças pelas quais a Terra passa na área ambiental. A taxa de CO2 chega agora a 327ppm. Em 1988, o mundo desperta para a ameaça da mudança climática, com um alarme dos cientistas e um discurso da então primeira-ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher. Os níveis de CO2 vão para 351ppm.

Em 1992, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a Rio 92, mais de cem países assinam a Convenção Quadro da ONU sobre a Mudança Climática, sendo este o primeiro tratado a respeito do aquecimento global. Então os níveis de CO2 ram de 356ppm. Em 1995, o Protocolo de Kyoto das Nações Unidas sobre mudança climática é assinado no Japão, naquela época incluindo os Estados Unidos (que depois não quis ratificar o acordo). O objetivo do protocolo era o corte nas emissões de CO2, que estvam atingindo 360ppm.

Em 2000, torna-se óbvio que a década de 1990 foi a mais quente da história da Terra, com temperaturas recordes. O ano mais agudo neste aspecto foi 1998, quando as temperaturas foram as maiores dos últimos mil anos no hemisfério Norte. A taxa de emissão de CO2 era então de 369ppm. Em 2001, o presidente norte-americano, George Bush, nega a ratificação do Protocolo de Kyoto, mesmo sendo os Estados Unidos o maior emissor deste gás. Os níveis de CO2 atingem 371ppm.

Em 2003, a Europa assiste a um verão infernal: as primeiras duas semanas de agosto apresentam um calor tão intenso que 35 mil pessoas morrem. A taxa de CO2 vai a 375ppm. Em 2004, após muita relutância, a Rússia ratifica o Protocolo de Kyoto, permitindo que ele entre em vigor, apesar da tentativa de dissuasão dos Estados Unidos. Ainda assim, os níveis de CO2 sobem para 377ppm. (The Independent, 8/6)