Shell prevê duas décadas de preços altos para a energia
2005-06-08
Os preços mundiais da energia deverão crescer nas próximas duas décadas, ao mesmo tempo em que países, individualmente, tornar-se-ão mais preocupados com a segurança de seus abastecimentos e os governos terão papel mais proativo em determinarem políticas energéticas e regulação mercadológica, segundo o último relatório da gigante do petróleo Shell.
Este relatório de cenários globais é o primeiro a ser produzido pela companhia desde os choques às torres gêmeas de 11 de setembro de 2001 e do escândalo da Enron. Ele sugere que a Shell, assim como outras gigantes do petróleo, dará maior ênfase ao desenvolvimento de fontes de energias renováveis, como a solar e a eólica. Esta ênfase no desenvolvimento de tais energias será maior que a dada atualmente à extração de hidrocarbonetos por meios não convencionais.
O relatório delineia três cenários potenciais para 2025. Sob o primeiro,
haveria uma baixa confiança na globalização, o crescimento econômico global seria de 3,1% ao ano e se continuasse o processo de globalização, haveria maior regulação no papel dos governos, cortando a movimentação interfronteiriça de pessoas, bens e conhecimento. No segundo cenário, de portas abertas, haveria um crescimento de 3,8% da economia, enquanto os mercados proveriam soluções para as crises de segurança e confiança que se instalaram desde os ataques de 11 de setembro e do escândalo da Enron; além disto, haveria exploração de novas fontes de energia, com maior disponibilidade de recursos para esta área.
O terceiro cenário seria aquele em que as nações iriam se retrair, haveria conflitos, e o crescimento econômico anual seria de apenas 2,6%.
Segundo o vice-presidente de negócios globais da Shell, Albert Bressand, principal autor do relatório, cada um desses cenários assume grande importância, guiando, potencialmente, as políticas energéticas dos países. O cenário das bandeiras - o segundo - permitiria o aumento de gastos em energias renováveis, sendo considerado o melhor. (The independent, 7/6)