O futuro global da indústria florestal de celulose e papel
2005-06-07
A Bracelpa participou, entre os dias 30 de maio e 3 de junho, de uma série de eventos relacionados ao futuro da indústria de papel e celulose em âmbito global. Reunidos em Vancouver, Canadá, para a realização da conferência de cúpula Global Forest and Paper Summit 2005, representantes de cerca de 30 países de destaque na produção florestal, de papel e de celulose participaram também das reuniões anuais do International Council of Forest and Paper Association (ICFPA) e do Advisory Committee on Paper and Wood Products da FAO/ONU.
A semana teve início com a reunião do ICFPA, na qual foram abordados temas como certificação, corte ilegal de madeira, florestas plantadas e mudanças climáticas, além do estabelecimento de acordos de cooperação com entidades como o World Business Council of Sustainable Development e com o Fórum de Florestas da ONU. Outro ponto de destaque da reunião foi a apresentação dos primeiros resultados da pesquisa mundial sobre recuperação de papel, sob a coordenação do ICFPA.
Na seqüência dos eventos, foi a vez do encontro anual do Advisory Committee da FAO/ONU, contando com a presença de representantes de vários países e stakeholders do setor. Foram discutidos itens como o controle da emissão de carbono e o Protocolo de Kyoto; a elaboração de um código de responsabilidade corporativa dos produtores de celulose e papel; o futuro do suprimento de fibras e sua demanda face aos investimentos projetados; e a criação de um código de boas práticas para florestas plantadas.
Durante a discussão deste tema, o diretor executivo da Bracelpa, Mario Leonel, fez uma apresentação, destacando o histórico das florestas plantadas no Brasil, do início do século XX aos dias atuais. Ressaltou as características do manejo florestal praticado no Brasil, que se destaca por sua produtividade, desenvolvimento tecnológico e importante contribuição econômica e social, envolvendo aspectos ambientais e a proteção legal de florestas nativas, tendo como base o vetor do desenvolvimento sustentado.
No dia 1º de junho, com o início dos trabalhos da conferência Global Forest and Paper Summit 2005, 50 CEOs das principais empresas de celulose e papel do mundo estiveram reunidos para discutir temas críticos e estratégicos para o setor na próxima década. Dentre eles, ações conjuntas que reforcem a reputação da indústria global de florestas e papel no quesito da sustentabilidade.
Outro ponto abordado com grande ênfase foi o estabelecimento de itens que possam compor um elenco de boas práticas e princípios éticos para a indústria florestal. Coordenando a discussão desse tema, José Penido, CEO da VCP, enfatizou a necessidade de que esses códigos ou princípios sejam limitados a poucos itens específicos e relevantes para nossa indústria e aplicáveis a todas as empresas, de forma global, sem conflitos com os inúmeros códigos já existentes.
Outro tema abordado nesta reunião foi o futuro do mercado global de celulose e papel na busca de um acordo setorial a ser apoiado pelos diversos governos junto a Organização Mundial do Comércio (OMC), considerando a livre prática do mercado. Coordenando um dos painéis sobre o tema, Miguel Sampol Pou, CEO da Klabin, fez sua intervenção ressaltando a necessidade de se respeitar as diferenças regionais, como, no caso do Brasil, aquelas que envolvem o custo do capital, impostos praticados e a pequena escala de produção frente a grandes concorrentes como Estados Unidos e Europa. Lembrou ainda que a redução de tarifas demanda um prazo de tempo a ser definido mendiante acordo.
A conferência mundial do setor florestal e de papel promoveu no dia 2 de junho o evento Vision 2015, reunindo mais de 500 participantes entre stakeholders, líderes do setor privado, membros do ICFPA e do Advisory Committee da FAO/ONU, para o debate de itens fundamentais para o desenvolvimento do setor na próxima década, tais como a performance financeira e econômica do setor, o suprimento de fibras e a dinâmica dos mercados florestal e de celulose e papel; bem como a sustentabilidade em suas várias formas de ação; a globalizacao e o futuro do comércio global dos produtos florestais e de papel. (BracelpaNews, Celulose Online, 6/6)