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2005-06-07
A Carta Jacaraípe, elaborada no Fórum da Rede Alerta contra o Deserto Verde na última semana, deve ficar pronta em três dias. O documento visa a pressionar os governos Federal e Estadual, contra a efetivação do Plano Nacional de Florestas e o Protocolo de Kyoto, para que seja combatido o crescimento das plantações de eucalipto no Espírito Santo e no País.

Segundo Marcelo Calazans, da Rede Alerta, o fórum contou com a participação de seis Estados (Bahia, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo). O evento foi realizado no município de Jacaraípe, com o objetivo de articular apoio à luta pela retomada das terras indígenas, iniciada no último dia 17/05.

Todo o esforço está voltado ao combate da monocultura do eucalipto no Estado, onde grande parte do norte já está tomado por plantações. — Estamos traçando planos de resistência contra os planos de expansões de plantios propostos pelo Governo Lula. A carta denuncia a possibilidade de mais impactos ambientais e sociais causados pelo eucalipto, e será assinada por mais de 100 entidades ligadas à Rede Alerta contra o Deserto Verde-, informou Marcelo.

Marcelo ressaltou que o plano para expandir de 5 para 11 milhões de hectares os plantios de eucalipto no país nos próximos 10 anos, está muito bem articulado, incluindo até equipes que estão mapeando as áreas onde há resistência contra o eucalipto, para que articulem resoluções nestas áreas. Tal plano de expansão deverá causar danos irreversíveis ao meio ambiente, destaca.

Quanto ao Protocolo de Kyoto, Marcelo explica que através dele é gerado um grande financiamento para as plantações de eucalipto, já que o proposto é que os países do norte reduzam apenas 5% de suas emissões de carbono e compensem a pouca redução de emissões com plantações nos países do sul, o que seria chamado de Mecanismo de desenvolvimento Limpo (MDL). — O MDL nada tem de limpo, trata-se de plantações de eucalipto, é a propagação da monocultura-, frisou.

A proposta inicial do protocolo era de reduzir em 60% as emissões de carbono emitidas pelos países do norte, contudo, a redução instaurada é mínima e prejudica ainda os países do sul, que irão sofrer as conseqüências da invasão de eucalipto. No Estado, a produção de eucalipto promovida pela empresa Aracruz Celulose gera danos sociais e ambientais irreparáveis, como a destruição da mata nativa.

A empresa já conseguiu poluir as águas dos rios que cortam as aldeias indígenas de Aracruz, o Guaxindiba e o Sahy, afastando todos os animais do local. Onde há eucalipto só resistem os cupins e as cobras, nenhum outro animal é capaz de sobreviver em meio aos eucaliptais.

No Fórum, a Aracruz Celulose foi duramente criticada, por oferecer baixa qualidade de trabalho aos seus funcionários, além de não gerar empregos nem renda, como costuma divulgar.

A empresa causa desastre sócio-ambiental, empobrecendo a diversidade biológica, social e cultural do Estado, causando ainda o desemprego de centenas de pequenos agricultores e o êxodo rural. São as principais vítimas de seus impactos os índios e os quilombolas.

Para a Rede, os esforços para o Estado alcançar a prosperidade econômica está também em acabar com o desemprego, propondo o velho modelo agrícola, para garantir a segurança alimentar, proteção do meio ambiente e respeito às culturas tradicionais. A monocultura de eucalipto não é floresta e não produz alimento, e sim celulose para a produção de papel que é praticamente toda exportada para Europa, onde a plantação de eucalipto não é bem aceita. Além disso, segundo os dados do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ligado à Rede Alerta, a Aracruz Celulose já possui 240 mil hectares de terras no Estado. Para cada 30 hectares de eucalipto, é empregado apenas um trabalhador.

Com a expansão do arranjo florestal no Estado sofrem os capixabas. Tal atividade faz intenso uso de agrotóxico destruindo terras e rios. A atividade expulsa ainda os pequenos agricultores do campo, incentivando o fomento florestal e destruindo florestas. (Século Diário, 6/6)

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