INSTITUIÇÕES ALEMÃS TÊM TRADIÇÃO NO INCENTIVO A PROJETOS AMBIENTAIS
2001-09-05
O combate à desertificação é um dos principais programas do Ministério do Desenvolvimento Econômico e Cooperação da Alemanha, que se localiza em Bonn e dá suporte técnico e financeiro ao desenvolvimento dos países do Terceiro Mundo. Um dos principais meios de financiamento é o GEF (Global Environmental Fund), para o qual a Alemanha contribui com cerca de 11% a 12%. As principais áreas de atuação desse programa, conforme a assessora técnica do ministério, Annette Chammas, são a proteção das florestas tropicais, proteção da camada de ozônio, combate às mudanças climáticas e combate à erosão, enchentes e secas. Além do GEF, criado em 1992, como resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Rio 92), os outros instrumentos financeiros são o Banco Mundial, a agência das Nações Unidas para a Proteção Ambiental (UNEP) e agências regionais de desenvolvimento. O governo alemão já contribuiu com 2,870 milhões de marcos para o combate à desertificação desde 1993. Este valor, segundo Annette, representa o suporte dado apenas por meio de cooperação bilateral. Além disto, a Alemanha já investiu mais 9 milhões de marcos por meio de outros projetos de cooperação, 8 milhões por intermédio de fundos especiais e 400 milhões por intermédio de ONGs. - Temos aproximadamente 100 ONGs ambientais em atuação nesses projetos em toda a Europa, e, dessas, 50 operam em programas de desertificação, a maioria da Alemanha, afirma a técnica. Dos 2,870 milhões investidos pelo governo alemão em projetos contra a desertificação, 15% foram destinados a América Latina (10 países), 25% a Ásia (14 países) e 60% a África (25 países). - Atualmente, existem 248 projetos com apoio do ministério, 46 na América Latina, 62 na Ásia e 140 na África, assinala Annette. Exemplos de projetos financiados pelo governo alemão são o da China, onde, desde 1993, foram investidos 70 milhões de marcos pela agência de cooperação KfW. - Essa agência deverá investir mais 35 milhões de marcos em reflorestamento na China, até 2050, explica Annette. O programa, chamado Three North Forest Shelterbelt Development, é voltado às áreas de reflorestamento e conservação, combate à desertificação e erosão, criação de alternativas de agricultura sustentável, controle de pestes e criação de novas fontes de renda para a população rural, a fim de evitar a depredação ambiental. Conforme Annette, a Alemanha dá suporte ao Brasil também no combate ao corte ilegal de florestas, por meio do PPG-7. Na Argentina, o programa de combate à desertifição patrocinado pela Alemanha começou em 1999 e é da ordem de 21,6 milhões de marcos, contando também com o apoio do Ministério do Meio Ambiente local. Em Mali, na Ásia, já foram investidos 172,9 milhões de marcos pelo governo alemão em programas similares desde 1995.