MARINHA EQUATORIANA QUER EXPULSAR NAVIO DO SEA SHEPHERD
2001-09-05
- A Sea Shepherd não pôde reabastecer. Forçar que um navio saia para alto mar sem combustível suficiente ou mantimentos para alcançar outro porto é uma grande violação da lei marítima internacional. Se eles nos forçarem a sair, não poderemos chegar a porto algum, e ficaremos encalhados, disse o Capitão Paul Watson, que comanda o navio Ocean Warrior na campanha pela preservação das ilhas Galápagos. A embaixada do Equador, depois de receber inúmeros e-mails, fax e telefonemas de pessoas em todo o mundo, lançou uma nota oficial dizendo que os membros da tripulação do Ocean Warrior não estão sob detenção, podem ir à praia escoltados por guardas do Parque Nacional de Galápagos e não foram solicitados vistos. Segundo a ONG todas estas declarações são falsas. - O pessoal da marinha equatoriana não está permitindo que ninguém entre ou saia do Ocean Warrior. Todos os membros da tripulação tem vistos de entrada carimbados em seus passaportes no dia 24 de agosto, o dia em que o Ocean Warrior chegou em Puerto Ayora, permitindo a entrada legal no Equador por 30 dias. Três membros da Sea Shepherd que voaram para Galápagos e se juntaram à tripulação do Ocean Warrior, estão igualmente detidos a bordo e não tem permissão de ir à praia, embora elas não tenham chegado no Equador no navio. As autoridades foram informadas com quatro meses de antecedência da chegada do Ocean Warrior e, a princípio, não haveria problema. Um navio de guerra, da marinha, aproximou-se e permanece ao lado do Ocean Warrior desde a semana passada. - A Marinha esteve de olho em nós desde o primeiro dia, disse Sean O Hearn, oficial da Sea Shepherd no comando do Sirenian, o navio patrulha que está desde o começo do ano colaborando com o Parque Nacional de Galápagos fiscalizando e agindo contra atividades ilegais. - Quando o nosso navio patrulha começou a apreender os barcos de pesca ilegais na Reserva Marinha de Galápagos, no começo do ano, espalhou-se as evidências de corrupção sobre a Marinha do Equador, uma vez que o responsável legal por punir as embarcações flagradas sempre ordenava a soltura das mesmas. Desta forma, a Sea Shepherd foi ganhando a antipatia da Marinha equatoriana, inativa à anos. Contudo, a Sea Shepherd conquistou o apoio das pessoas no Parque de Galapagos, ao mostrar-se comprometida com a proteção da vida marinha. No final de semana, a tripulação do Ocean Warior flagrou o reabastecimento de um navio turístico por um petroleiro, violando os regulamentos estabelecidos logo após o derrame de petróleo ocorrido em janeiro com o navio Jéssica, nas Ilhas Galápagos, durante operação semelhante de reabastecimento. O Ocean Warrior está nas Ilhas Galapagos para levar peças, suprimentos e fazer a manutenção do navio patrulha Sirenian, que esta sendo utilizado para fiscalizar o Parque Nacional, em um convênio entre a Sea Shepherd e o Parque de Galápagos. Os engenheiros do Ocean Warrior foram detidos e impedidos de realizar a manutenção nos motores do Sirenian, de instalar novos filtros e de consertarem uma hélice danificada. - Não nos permitiram passar tripulantes para o Sirenian, não podemos fornecer mantimentos e não podemos fazer a manutenção de acordo com o Convênio assinado com o Parque, disse o Capitão Watson. - Nós oferecemos suporte de pessoal e equipamentos ao Equador sem cobrar nada. Só queremos ajudar a proteger a vida marinha.