Favelas destroem matas e ameaçam manguezais em Cubatão
2005-06-06
Ave que se tornou símbolo da recuperação ambiental de Cubatão, o guará-vermelho é apenas uma das 213 espécies diferentes da avifauna que vivem na exuberante região de manguezais entre Santos, Cubatão e Guarujá. Trata-se de um número superior à região do pantanal de Mato Grosso, com cerca de 70 espécies. Mas, os mangues de Cubatão não têm a mesma fama do pantanal. Na verdade, pelo menos três décadas de produção industrial sem controle deram a Cubatão - juntamente com a riqueza gerada pelas indústrias - a fama de cidade mais poluída do mundo.
Mudar completamente essa imagem ainda é um trabalho em marcha, que encontrou no guará um embaixador dessa proposta. Vinte anos de investimentos das indústrias - dispendendo valores próximos a US$ 1 bilhão - sob a orientação e fiscalização da Cetesb e do Ministério Público, mudaram esse quadro: a cidade é citada hoje como exemplo da recuperação ambiental. Tem 93% das suas 320 fontes primárias de poluição industrial sob controle. Mas, ainda apresenta agora outros problemas ambientais: as favelas estão destruindo a vegetação da Serra do Mar, ameaçando mananciais e, principalmente, a preservação dos mangues, bancos de lodo que contém os alimentos que atraem essas aves. - Se os nossos manguezais não forem preservados, toda essa exuberante fauna estará ameaçada - adverte o biólogo Robson Silva. (Globo Online, 03/06)