Usina de Barra Grande pode causar extinção de bromélia
2005-06-03
Um relatório da Universidade Federal de Santa Catarina enviado à Rede de ONGs da Mata Atlântica - RMA alerta que as últimas três populações da
bromélia Dyckia distachia, que vive nas margens dos rios Uruguai e Pelotas,
encontram-se na área que será inundada pela Usina Hidrelétrica de Barra
Grande.
A opinião da equipe de biólogos que realizou o levantamento é de que o Ibama
não pode autorizar a destruição destas populações, pois isto significa
admitir que a planta estaria extinta para sempre do território nacional.
Essa bromélia é endêmica, só existe naquele local.
Com base nesses dados a RMA enviou ofícios para o Ministério do Meio
Ambiente, Ibama e Ministério Público Federal pedindo a imediata suspensão do
processo de concessão da Licença de Operação, o debate com a sociedade civil
para se encontrar uma solução para o problema e o encaminhamento de questões
já levantadas pela RMA em ofício enviado em 25 de fevereiro deste ano, como
a realização de um estudo que verificasse a possibilidade de inundação por
cotas, o que poderia salvar parte das florestas primárias.
A Rede alerta que o Brasil, enquanto signatário da Convenção da
Biodiversidade, tem obrigação de resguardar espécies ameaçadas, por isso não
pode autorizar um projeto que leve à extinção de uma espécie da flora.
A Rede ainda lembra é que dever do Poder Público proteger a fauna e a flora
da extinção. Ressalta que nem no Estudo de Impacto Ambiental e nem no Termo
de Compromisso foi sugerida qualquer medida de proteção desta espécie. O
resgate do germoplasma dessa espécie também não foi previsto no contrato
efetuado com a Embrapa. (fonte: Rede de ONGs da Mata Atlântica, 3/6/2005)