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2005-06-03
A marcha em apoio à rotomada das terras indígenas, realizada nesta quinta-feira (2) no município de Aracruz (ES) foi marcada por protestos. Com faixas em punho, nem a rede Gazeta ficou imune aos protestos indígenas. Em passeata, cerca de 500 manifestantes reafirmaram sua disposição de manter as terras indígenas usurpadas pela Aracruz e cobraram da Rede Gazeta, do Ibama e do governador do ES, Paulo Hartung, atitudes sérias em relação à questão indígena e ao meio ambiente no Estado.

No início da tarde, os índios, apoiados pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Quilombolas -que também são vítimas da ação da Aracruz Celulose -, índios Pataxós (do sul da Bahia), índios do Equador, representantes da Rede Alerta contra o Deserto Verde, entre outras entidades, reuniram-se na praça do Papa para se concentrar e partir para marcha.

A primeira parada já mostrou a determinação dos índios, parados em frente ao Ibama usando palavras de ordem como - O Ibama deveria proteger mais o ambiente e barrar a Aracruz -. Na parada seguinte, o protesto foi em frente à Rede Gazeta, criticada pelos índios pela cobertura do caso da retomada de suas terras.

- Nós não estamos invadindo as terras da Aracruz, os jornalistas deviam apurar com seriedade e verificar que temos documentos que comprovam que as terras são indígenas e que quem invadiu foi a Aracruz Celulose e não nós. Estamos retomando o que é nosso e isso tem que ser esclarecido para a população - afirmou Iara Tupã, liderança feminina da comunidade indígena do norte do Estado.

E assim a marcha foi seguindo para seu objetivo final. A todo momento, a marcha, reunindo mulheres, crianças de colo, jovens e idosos, mostrava ser uma manifestação pacífica, interrompida apenas uma vez, e justamente por dois policiais militares que não aceitaram que o trânsito fosse interrompido bem na sua vez de passar o sinal. Irritados, eles fizeram gestos obscenos, mas o ato foi ignorado pelos índios, que apoiados pelos guardas de trânsito, seguiram em marcha.

Os índios receberam apoio ainda dos deputados petistas Brice Bragato e Cláudio Vereza, que participaram de toda a marcha. - Esta marcha expressa que quando tudo parece perdido eles parecem mais firmes do que nunca e isso nos remete aos 505 anos de descobrimento do Brasil, ao respeito a este povo, ao direito de viver e de ser gente. A cassação da liminar da Aracruz é o próprio reconhecimento de que a terra não se vende, e isso mostra que esta luta de hoje é legítima - disse Brice Bragato.

A Aracruz Celulose teve o passe livre para desfrutar das terras indígenas através da das portarias assinadas pelo ex-ministro Íris Rezende (PMDB/GO), em 1998. Estas permitiram o domínio da empresa sobre as terras indígenas já reconhecidas pela Funai de forma ilegal. O ministro Íris Rezende cometeu ato que contraria estudo da Fundação Nacional do Índio (Funai), reconhecendo como terra indígena 18.070 hectares no Estado, tendo sido demarcados apenas 7.061 hectares.

O movimento de retomada das terras indígenas começou no último dia 17 de maio, quando os índios fizeram a autodemarcação de 11.009 hectares, munidos de bordunas, facões e motosserras, abrindo grandes clareiras em linha reta, que determinavam o novo limite da empresa Aracruz Celulose nas terras indígenas.

Esta última autodemarcação registra um longo período de luta indígena assistida pela Funai e pela própria empresa. Neste período a própria Funai reconheceu as terras como indígenas mas mesmo assim o processo foi encaminhado para o Ministério da Justiça, que deveria homologar os estudos mas até agora nada fez.

Os índios passaram anos sofrendo dificuldades por falta de terras e hoje estão ilhados por eucaliptos, com seus rios mortos, como o rio Guaxindima e Sahy, e correm risco de perder toda a sua cultura. - Afinal, o que é um índio sem terra?, perguntou Jaguareté. (Século Diário, 02/06)

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