Dia Mundial do Meio Ambiente será dedicado às cidades verdes
2005-06-03
O Dia Mundial do Meio Ambiente (DMMA) 2005, a celebrado no dia 5 de junho, este ano será dedicado às cidades verdes mas também a outros temas que causam preocupações, como os últimos números divulgados sobre o desmatamento da Amazônia.
Com o lema Planejar para o planeta, os principais eventos serão organizados sob o patrocínio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em San Francisco (oeste dos Estados Unidos), a cidade californiana onde nasceu a ONU, 60 anos atrás.
Desde quarta-feira desta semana e até o dia 5 de junho, estão reunidos prefeitos de todo o mundo que buscarão concluir — acordos urbanos ambientais nas áreas de energia, redução de dejetos, desenho urbano, natureza urbana, transporte, saúde ambiental e água - segundo o PNUMA.
O objetivo final das comemorações do Dia é criar um estilo de vida sustentável nas cidades e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes acrescentou a agência.
— O que se pretende é dar um rosto humano a temas ambientais, e conceder poder às pessoas para que assumam o papel de agentes ativos no desenvolvimento sustentável e eqüitativo - prosseguiu.
O Dia Mundial do Meio Ambiente 2005 tem um interesse especial para a América Latina, segundo a ONU, que lembrou que este continente é o mais urbanizado do mundo em desenvolvimento.
De acordo com Ricardo Sanchez Sosa, diretor do PNUMA para a América Latina e o Caribe, 75% dos habitantes deste continente vivem em cidades que cresceram sem planejamento.
— Isso significa que milhões de pessoas estão vivendo em zonas impróprias para morar. Além disso, este crescimento desenfreado tem causado sérios problemas ambientais, como o manuseio de resíduos sólidos (apenas 40% destes resíduos são manejados adequadamente) e problemas ligados à qualidade do ar, pois na maioria destes países, as frotas do transporte público são formadas por veículos com mais de 15 anos - destacou Sosa em declarações à rede de televisão pública britânica BBC.
Paralelamente aos atos oficiais, a organização ecológica Greepeace entregará no dia 6 de junho seu primeiro prêmio Motosserra de ouro aos que com seu talento ação ou falta de ação contribuíram para o desmatamento na selva amazônica, que perdeu segundo as mais recentes estimativa 26.130 Km² de florestas em um ano.
Esta superfície perdida entre agosto de 2003 e agosto de 2004 é maior que a de um país como El Salvador (21.040 km²).
Seis candidatos estão na disputa pelo prêmio Motosserra de ouro: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Casa Civil José Dirceu, o ministro da Economia Antonio Palocci, o da Agricultura Roberto Rodrigues, e os governadores Blairo Maggi (Mato Grosso) e Simão Jatene (Pará).
De fato, Maggi é um grande promotor da cultura intensiva da soja no Mato Grosso - para responder às crescentes demandas européia e chinesa -, uma das principais causas do desmatamento.
Em editorial intitulado A Amazônia está em perigo, o jornal New York Times pede a Lula que intervenha rapidamente.
— Lula deve convencer a oligarquia do setor agrícola brasileiro que a selva não é uma mercadoria para explorar com fins privados - denunciou a publicação. (fonte: AFP / Último Segundo, 02/06)